O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o físico Ricardo Galvão, saiu de uma reunião com Marcos Pontes, ministro de Ciência e Tecnologia ( MCTIC ), nesta sexta-feira (2) com o recado de que seria exonerado. O episódio encerra uma conturbada relação de Galvão com o presidente Jair Bolsonaro e outros titulares da Esplanada dos Ministérios, como o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Em entrevista sobre a exoneração ao jornal O Globo, Galvão afirmou que, desde janeiro, não conseguia um bom diálogo com o Ibama, órgão subordinado a Salles que deveria combater os focos de desmatamento mapeados pelo Inpe.
O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, já contestou publicamente os dados do Inpe, afirmando que Galvão poderia estar "a serviço de uma ONG".
— O ministro (Pontes) disse que ia me exonerar, porque minha situação com a presidência ficou complexa, e não poderia haver na direção do Inpe alguém em quem eles (o governo) perderam a confiança — disse Galvão ao Globo.
O diretor do Inpe tinha mandato de quatro anos, que seria concluído no final do ano que vem, mas que será abreviado pela exoneração. Em nota, o MCTIC agradeceu Galvão pelo "profissionalismo à frente do instituto" e anunciou que a escolha de seu sucessor "se dará de acordo com o mérito necessário".