Moradores foram surpreendidos por uma mortandade de peixes na Lagoa da Pinguela, que fica às margens da BR-101, em Osório, no Litoral Norte. Os primeiros relatos sobre os animais mortos chegaram ao Batalhão Ambiental da Brigada Militar do município na segunda-feira (11). Na manhã desta terça (12), equipes da Patrulha Ambiental (Patram) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam) estiveram no local coletando amostras. Conforme o capitão João César Verde Selva, foi possível encontrar peixes mortos junto à margem por cerca de um quilômetro.
— Não sabemos ainda o que causou, aparentemente eles morreram por falta de oxigênio. Mas isso só será comprovado com análises criteriosas — afirma Selva.
De acordo com o responsável pela Patram do Litoral Norte, a falta de oxigênio pode ser causada por diversos fatores como herbicidas, material contaminado ou esgoto despejado de forma irregular.
— Temos uma atividade industrial crescente em volta da lagoa, como também muitas plantações de arroz. Pode ter sido causada por diferentes situações, só uma análise clínica-biológica conseguirá determinar — observa.
De acordo com o tenente Marcos Rocha, da Patram de Osório, a prefeitura ofereceu ajuda para a análise do material.
— Encaminhamos as amostras para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que ficou responsável de levar ao laboratório — detalha Rocha.
Conforme o secretário Edilson Nunes, o material será entregue ao laboratório nesta quarta (13).
— Só depois disso, conseguiremos prever quanto tempo levará para sair o resultado da análise — afirma Nunes.
O comerciante Leomar Macedo, 49 anos, foi um dos primeiros que percebeu a mortandade. No domingo (10), ele e mais dois amigos foram até a lagoa para pescar.
— Foi aí que nos deparamos com essa cena triste. Dá vontade de chorar — conta.
No domingo mesmo, ele entrou em contato com as autoridades.
— Pediram para eu voltar ao local e fazer fotos e vídeos. Assim que registrei em imagem, mandei para eles e encaminhei também para a imprensa. Algo precisa ser feito. Tem quem diga que não deveria me identificar, mas não estou preocupado. Algo precisa ser feito — defende.
Em nota, a CCR Viasul, concessionária que administra a BR-101, informa que a mortandade dos peixes não está relacionada à aplicação de herbicida às margens da rodovia. O trabalho foi realizado por equipes da empresa nos últimos dias.