A equipe do Projeto Pinípedes do Sul, patrocinado pela Petrobras, encontrou 29 tartarugas-verdes durante saídas de monitoramento realizadas entre Cassino, Barra do Chuí, Rio Grande e Barra da Lagoa nos dias 23 e 25 de outubro. Os animais estavam encalhados na beira da praia e foram encaminhados para o Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
As tartarugas-verdes são répteis que ficam em áreas costeiras, mares tropicais e subtropicais e podem chegar a até 1,4 metros de comprimento e a pesar 160 quilos. Na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), estão classificadas como em perigo de extinção.
O número de tartarugas encontradas neste ano é considerado bastante elevado. Em 2018, foram resgatadas 13 tartarugas-verdes em outubro, quatro em novembro e uma em dezembro.
Segundo Sérgio Estima, coordenador do projeto, é provável que o acontecimento se deva à repetição do efeito de possível hibernação das tartarugas, já que os animais foram encontrados em condições que indicam imobilidade por longo tempo. Conforme Estima, os animais estavam com elevada cobertura de epibiontes — macroalgas, mexilhões, cracas e hidrozoários — e massa corporal abaixo do normal.
— Além disso, esta situação pode ter sido proveniente da característica das tartarugas marinhas de serem animais ectotérmicos, com capacidade limitada em baixas temperaturas. Com as temperaturas das águas do litoral gaúcho, as tartarugas podem ter entrado em hipotermia durante o período do inverno e, agora, no início da primavera, com as águas mais quentes, elas saíram da possível hibernação muito fracas e encalharam nas praias, sendo encontradas em estado de letargia pela equipe — explica.