Presente entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), a preservação dos oceanos é tão fundamental para o bem-estar do planeta que ganhou uma nova agenda para os próximos anos. Em dezembro de 2017, a ONU estipulou que, de 2021 a 2030, seria realizada a Década dos Oceanos, para fomentar e estimular a ciência em favor das águas.
Com o objetivo de chamar a atenção da importância da saúde dos mares e mostrar onde estamos e para onde vamos, ocorre nesta terça-feira (3) o evento Conexão Oceano. O encontro reúne no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, pessoas de diversas áreas para disseminar e trocar informações sobre o tema.
Muito mais do que um sinônimo de praia e lazer, os oceanos estão diretamente relacionados a alimentação, bem-estar, saúde, economia e até política. São eles que assumem o papel de verdadeiros pulmões da Terra, fornecendo boa parte do oxigênio que respiramos ao longo da vida. Colocar o assunto em pauta cresce em relevância, principalmente, se considerarmos a extensão da costa brasileira, que supera os 7 mil quilômetros de extensão.
Na abertura do encontro, Malu Nunes, diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário, enfatizou que precisamos conhecer mais para nos ligarmos mais ao tema.
— Qual é a nossa relação com o oceano? Todo mundo pensa em praia, férias. Posso garantir que 100% das pessoas que estão aqui têm uma outra conexão com ele. E essa conexão não quer dizer que tenhamos conhecimento. Conhecer é o primeiro passo para conectar — afirmou Malu.
Uma escolha entre ação e inação
Apesar de cobrirem grande parte do planeta, os oceanos ainda são um grande mistério. Conhecemos muito pouco sobre e as pesquisas direcionadas ao tema também são escassas, disse Fábio Eon, coordenador do Programa de Ciências Naturais da Unesco no Brasil.
— Precisamos instigar a curiosidade sobre o que é “oceano”. Como ele influencia nosso clima e nosso dia a dia — falou.
Em uma mensagem transmitida por vídeo, Peter Thomson, emissário especial da ONU, abordou os impactos que o oceano tem num país costeiro como o nosso, que vão desde a economia até a culinária.
— Não é uma escolha entre pessimismo e otimismo. Mas, sim, de ação e inação — sublinhou.
O Conexão Oceano é promovido pela Fundação Grupo Boticário, Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da Unesco, Unesco Brasil e Museu do Amanhã.
*A repórter viajou a convite da Fundação Grupo Boticário