O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou nesta quinta-feira (15) que a Noruega suspenderá cerca de R$ 133 milhões que seria destinado para proteção da Amazônia. Segundo Elvestuen, o Brasil está quebrando o acordo para redução do desmatamento.
A Alemanha também anunciou, no último sábado (10), que suspenderia parte do financiamento de proteção ambiental para o Brasil. De acordo com declarações do ministro norueguês ao jornal Dagens Næringsliv, o Brasil quebrou o acordo relacionado ao Fundo Amazônia, paralisado desde a extinção, por decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL), dos conselhos que ordenam o fundo — o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e o Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA).
Recentemente, o desmatamento na Amazônia tem crescido de modo acentuado. A destruição em junho aumentou 88% e em julho 278% — em comparação a junho e julho de 2018 —, segundo dados do Deter do Inpe.
Pelo aumento no desmatamento, a Alemanha também já anunciou que vai suspender mais de R$ 150 milhões. O governo Jair Bolsonaro (PSL) tem criticado a divulgação dos dados de desmate e afirmado que eles podem prejudicar acordos comerciais. As críticas do governo, porém, não são amparadas por informações científicas.
O governo fala ainda em sensacionalismo na divulgação dos dados. A relação ambiental entre o Brasil e países europeus que dão recursos para proteção do ambiente tem se deteriorado desde o início da gestão Jair Bolsonaro. A chanceler alemã, Angela Merkel, já afirmou ver com grande preocupação as ações do atual governo em relação ao desmatamento.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou na semana passada que o desmatamento na Amazônia brasileira totalizou 2.254 km² em julho, 278% a mais do que no mesmo mês de 2018 (596,6 km²).