O motorista que atropelou e matou uma idosa no bairro Mathias Velho, em Canoas, se apresentou à polícia na tarde de quarta-feira (1º). O caso aconteceu na noite de 23 de fevereiro, na esquina das ruas Tapes e Florianópolis, uma das mais movimentadas da região.
O homem, de 27 anos, não é habilitado e, no dia do acidente, fugiu do local sem prestar socorro e sem avisar posteriormente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A vítima, Maria Verci Cunha dos Santos, 69 anos, morreu no local.
Durante a investigação, a 1ª Delegacia do município analisou câmeras de segurança e recebeu informações de testemunhas sobre o modelo do carro envolvido no atropelamento, um Peugeot 307. Os agentes deram início às buscas, e cerca de 200 veículos com as mesmas características foram identificados na região.
Na manhã passada, o carro foi localizado na garagem de uma casa no bairro Mathias Velho. Ele estava atrás de um muro e coberto com mantas e lençóis. Foi identificado que o veículo estava sem o capô e o para-brisa.
Somente os familiares do motorista estavam na residência e informaram que ele iria se apresentar à polícia. Durante à tarde, o homem — que não teve o nome divulgado — compareceu à delegacia acompanhado de um advogado.
O condutor contou que levava a enteada a um culto religioso quando atingiu a idosa, que, conforme a polícia, também saía de um culto, em outra igreja próxima. A defesa mostrou cartões que indicariam que o motorista apresenta algum tipo de deficiência intelectual. Ele também não é alfabetizado.
O delegado Marco Antonio Guns diz que agora o homem terá que provar quais são essas deficiências. Além disso, são aguardados laudos da perícia para identificar em que velocidade ele dirigia.
— Já houve a perícia no dia do acidente e, agora que apreendemos o carro, ele também será periciado. Durante o depoimento foi possível notar que o homem possui características de alguma deficiência neurológica, mas eu não tenho como dizer que tipo. Isso a defesa terá que provar — disse o delegado.
O condutor vai responder em liberdade. Ele disse que o carro foi comprado há pouco tempo, era usado pela esposa e não estava em seu nome. O delegado afirmou que seguem as investigações e que diante de qualquer indício da perícia ou nova informação, pode pedir a prisão do motorista.