O diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), Enio Bacci, demonstrou preocupação com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de ordenar o fim de uso de radares móveis nas rodovias federais. Desde a tarde desta quinta-feira (15), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) parou de realizar fiscalizações com esse tipo de equipamento.
Sustentando que "pegadinhas" e abusos na aplicação de multa deveriam acabar, Bacci defendeu, em entrevista ao Estúdio Gaúcha, o uso dos equipamentos para multar motoristas que excedem o limite de velocidade muito acima do permitido.
— Ele está tirando o único instrumento que tínhamos para abordar aquele motorista que anda a 180 quilômetros por hora — disse.
— Se hoje estamos na posição de motorista que vai poder andar com mais velocidade, amanhã estaremos do outro lado como um pai que perde um filho atropelado — completou.
O diretor ainda afirma que é necessário encontrar um "meio termo", com melhorias na sinalização nos locais em que os radares podem ser usados e aumento no limite de velocidade em rodovias com melhores condições, como a freeway, BR-448 e BR-386.
— O mesmo poder que ele (Bolsonaro) tem para proibir radares, tem para delimitar novos limites de velocidade em rodovias — sugeriu.
Sem poder interferir nas fiscalizações em trechos federais, o Detran-RS garante que a fiscalização será ainda ampliada em rodovias estaduais.