Em evento pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, na divisa dos estados de Goiás com Mato Grosso, o presidente Jair Bolsonaro minimizou a proposta apresentada por ele que suspende a multa para condutores que transportarem crianças fora de cadeirinhas, e repetiu que "vai acabar com a indústria da multa no Brasil":
— Cadeirinha do bebê: todo mundo que é pai e mãe é responsável. Continua valendo a infração para a pontuação. Apenas tirei o dinheiro. Vamos ver se o pessoal vai multar ou é a multa pela multa?
Atualmente, a obrigatoriedade do uso de cadeirinhas consta em uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O descumprimento dessa regra é infração gravíssima, punível com multa (valor base de R$ 293,47) e retenção do veículo.
Na terça-feira (4) Bolsonaro levou ao Congresso um projeto de lei que altera pontos do Código de Trânsito Brasileiro. Entre as alterações propostas, está o aumento da validade do documento — de cinco para 10 anos — e a duplicação do limite de pontos permitido a um motorista — de 20 para 40. Inclusive, o presidente disse que se dependesse dele, triplicaria o limite de pontos que um motorista pode ter na carteira.
— Por mim eu botaria 60 porque, afinal de contas, a indústria da multa vai deixar de existir no Brasil — disse.
O texto também acaba com a aplicação de multas para quem levar crianças com menos de 10 anos no banco da frente do carro.
O presidente afirmou que, no Rio de Janeiro, há policiais posicionamos na porta das escolas para multar os pais que descumprem a obrigatoriedade da cadeirinha.
Antiga bandeira de seus discursos de quando era deputado federal, Bolsonaro voltou a prometer o fim da lombada eletrônica "para o bem dos motoristas" e da "indústria de multas".