Em outubro de 2011, o motorista de uma ambulância da prefeitura de Flores da Cunha, na Serra, deslocava-se para atender mais um acidente de trânsito, no km 89 da ERS-122, quando foi surpreendido pela presença do filho caído no chão. Naquele dia, Gilmar Lodeas, 47 anos, perdeu Fabiano, 22 anos. O motorista que se envolveu no acidente não se feriu e foi preso por conduzir alcoolizado.
No mesmo ano, foi lançada a Operação Balada Segura, ação conjunta entre Detran, Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e Brigada Militar, com o objetivo de coibir a embriaguez ao volante. Desde então, os dados mostram uma mudança significativa no trânsito gaúcho, com a diminuição de 24% no número de vítimas.
Nos primeiros 30 dias da lei, as internações nos principais pronto socorros no país reduziram cerca de 40%. No Rio Grande do Sul, o dado mais recente mostra recorde em 2018, com o menor índice de mortes no trânsito da década: 1.670 vítimas — uma redução de 24% em relação a 2010, quando morreram 2.190 pessoas.
— Este é apenas o início da nossa batalha contra álcool e direção, a dupla da morte. Ninguém é contra a festa, contra a alegria, mas beber e dirigir é uma dupla de morte. E contra ela, sim, somos combativos. Os números estão aí — afirmou Diza Gonzaga, diretora institucional do Detran-RS, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
De acordo com Diza, a diretoria do Detran-RS reunirá nesta sexta-feira (24) os 34 municípios que fazem a Balada Segura para apresentar a nova campanha institucional e a proposta de ampliação da operação, principalmente no interior do Estado.
— Vamos, além de aumentar o número de municípios, aumentar a consciência. Porque no Interior, diferentemente da Capital, essa cultura não estava impregnada. Precisamos que no Interior elas também abracem a Balada Segura como a lei da vida.
Segundo Diza, entre 2011 e 2018, em mais de 500 mil abordagens, apenas 5,7% se recusaram a fazer o teste do bafômetro. Mas o dado mais importante, ressalta, é que das mais de 547 mil pessoas que realizaram o teste, mais de 97% resultaram negativos.
— Antes o cara que tirava o mais alto teor (de álcool) era mais festejado pela galera. Hoje o festejado é o que zera o bafômetro e mostra as chaves do carro — relata Diza. — Estamos mudando o comportamento e isso me dá alívio.