O motorista do ônibus que despencou em uma ribanceira na rodovia Régis Bittencourt (SP) na madrugada de domingo, em um acidente que deixou pelo menos 16 mortos, foi ouvido pelo delegado Renato Gonçalves Collete e liberado depois de fazer exames toxicológicos para apurar se estava alcoolizado ou sob efeito de alguma substância no momento do acidente. De acordo com o delegado, o motorista, que não teve o nome divulgado, foi indiciado por homicídio culposo.
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Segundo o delegado de Itapecerica da Serra, o motorista declarou não ter percebido nenhum obstáculo na via ou problemas no motor, alegando também que iria revezar a direção com outro condutor na próxima parada. O delegado informou que não há indícios de que o ônibus tenha batido ou brecado bruscamente na estrada, o que pode indicar que o motorista cochilou ao volante.
De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, o veículo da Empresa de Ônibus Nossa Senhora da Penha partiu de Curitiba para o Rio de Janeiro com 53 passageiros, sendo duas crianças, e o motorista. Até as 9h desta segunda-feira, haviam sido confirmadas 16 mortes.
Kelly Cristine Guimarães Ferreira, filha de uma das vítimas, contou que o marido da mãe, Regina Celia Nogueira Guimarães, 58 anos, sobreviveu e foi quem telefonou à família para avisar do acidente. Porém, os filhos só souberam que a mãe havia morrido ao chegar ao Hospital Geral de Itapecerica da Serra.
- Ele contou que eles estavam dormindo e que o ônibus caiu na ribanceira e capotou várias vezes. Ele disse também que o resgate demorou 15 minutos para chegar e que eles deram preferência a ela por ela ser cardíaca, mas não adiantou. Achamos tudo muito estranho, mas não podemos afirmar nada - disse ela.
A psicóloga Elisabete Souza Lima, que prestou depoimento na delegacia, relatou que não sentiu freada brusca e que acordou com a sensação de que o veículo havia batido em alguma coisa mole, pois não ouviu barulho.
- Em seguida, o ônibus começou a capotar. Tenho muita sorte de estar viva - disse.
Os corpos das vítimas foram transferidos para o Instituto Médico-Legal (IML) Central, no centro da capital paulista, por determinação do governador Geraldo Alckmin, pois o IML da cidade de Itapecerica da Serra não dispõe do número de vagas necessárias. Quatro hospitais da região prestam atendimento aos feridos.
Para o Hospital Geral de Itapecerica da Serra, foram encaminhadas 12 vítimas, das quais uma morreu enquanto era transportada. Mais duas pessoas já tiveram alta, e o restante permanece em observação. No Hospital de Pirajussara, deram entrada seis vítimas.