Quem passa muito tempo online provavelmente já se deparou com vídeos e imagens de gatinhos fofos, porém melancólicos, gerados por inteligência artificial (IA) em alguma rede social. As imagens contam histórias com enredos dignos de filmes dramáticos, como o principal dos virais, que envolve um pequeno felino que sofre bullying por ser da cor laranja e se pinta com tinta branca para ser aceito pelos demais.
A trilha sonora é o que dá o toque especial à trama, uma versão de What Was I Made For (2023), de Billie Eilish, mas apenas com miados. O "miau miau miau miau", no ritmo da canção, fez sucesso e virou até mesmo uma forma de expressar sentimentos. Os vídeos, identificados como "histórias de gato em IA", acumulam milhões de visualizações no TikTok e outras redes sociais.
Outros conteúdos derivados da corrente viral também fizeram sucesso, como crianças emocionadas ao assistir às histórias dos bichanos ou mesmo um vídeo desta última semana, em que foi feito o registro do "hit" tocando em uma balada, com todos cantando (ou, melhor, miando) em coro.
Francês é o criador dos vídeos
Um dos principais responsáveis pelo sucesso dos vídeos é Charles, 26 anos, um francês que usa o tempo livre para gerar as imagens. Ao g1, o dono do perfil @mpminds disse que criou a conta, seguida por mais de um milhão de pessoas no TikTok, ao perceber que vídeos com pets davam engajamento.
A conta é responsável pelo vídeo do gatinho que sofre bullying, sucesso que acumula mais de 49 milhões de visualizações. Charles afirmou que não há um perfil específico entre o público que o acompanha, mas são mais populares entre os jovens de países asiáticos, nos Estados Unidos e no Brasil. Com a popularidade das publicações, o francês já conseguiu parcerias com empresas e lucra com a monetização do TikTok, que permite que o usuário se inscreva para ganhar por vídeo, pagando por visualizações e engajamento.
O jovem que cria o roteiro dos vídeos afirma que geralmente foca nas histórias mais tristes, pois engajam mais com o público, que passam mais tempo assistindo na espera de um final feliz.
— Eu penso em uma história engraçada ou comovente que acho que vai envolver os espectadores. Depois, é só gerar as imagens e editar o vídeo em um software de edição — afirmou Charles.