Um conjunto de fósseis resgatados no sítio Waldsanga, em Santa Maria, na Região Central, causa incerteza no momento da classificação da linhagem de silessaurídeos. As peças localizadas em 2014 evidenciam a complexidade ao estudo da história evolutiva dessa espécie, segundo artigo científico publicado recentemente.
Em um estudo publicado no Journal of Vertebrate Paleontology, pesquisadores brasileiros e norte-americanos mostram que, mesmo com o novo fóssil, ainda é complicado afirmar em que parte tais animais se encaixam na linha evolutiva dos dinossauros e parentesco próximo, devido a desarticulação do material descoberto.
Os ossos encontrados correspondem a mais de um indivíduo, o que gera mais incerteza sobre terem pertencido ou não uma única espécie. As evidências, no entanto, indicam que provavelmente foram.
O animal é o quarto silessaurídeo encontrado em território brasileiro, o segundo da idade Carniana. As peças estão depositadas no Laboratório de Estratigrafia e Paleobiologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O autor do estudo, Gabriel Mestriner, que bolsista na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), relatou à Agência Fapesp sobre como a situação começou a ser percebida pelo seu grupo de especialistas:
— Ao inserirmos as características do espécime em diversas histórias evolutivas do grupo, manteve-se em aberto se os silessaurídeos eram dinossauros ou seus parentes próximos. De qualquer modo, as evidências anatômicas e filogenéticas validam os novos achados como pertencentes à linhagem dos silessaurídeos, ainda que não nomeados como uma nova espécie.