Cinco projetos de universidades do Estado vão receber recursos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para impulsionar a produção científica. Eles estão entre os 39 contemplados pelo edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), publicado no final do ano passado para instituições do Brasil. Ao todo, as ações gaúchas vão receber mais de R$ 1,4 milhão.
Cada instituição de ensino poderia competir com dois programas, no máximo. No caso da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), os dois submetidos — SteaMovel: Educação Prática Itinerante em Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática e o DinoPraça: Popularização da Ciência Paleontológica no Geoparque Quarta Colônia Aspirante Unesco — estão na lista de selecionados. O projeto com foco na paleontologia obteve primeiro lugar na pontuação proposta pelo edital, com nota 6, o dobro do necessário para ser selecionado.
— Esse trabalho é resultado de várias áreas da UFSM. Estamos vivendo uma situação mundial na ciência em que cada recurso conta, então é muito bom ver este resultado — comenta Flávio Pretto, um dos paleontólogos responsáveis pelo projeto Dinopraça.
Também em Santa Maria, a Universidade Franciscana (UFN) foi contemplada a partir do projeto Praça de Ciência ITECiência. No Vale do Rio Pardo, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) vai fomentar o programa Praça Stem: Science, Technology, Engineering and Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Já a Feevale, no Vale do Sinos, fecha a lista de gaúchas com o projeto Praça do Saber: um espaço de interação com ciência e cultura.
Cada projeto poderia pleitear um valor na hora da inscrição. Todas as universidades gaúchas inscritas foram contempladas com o pedido. A UFSM vai receber R$ 300.000 no projeto da Dinopraça e R$ 296.688 no STEAMovel. A UFN, R$ 297.550 com a Praça de Ciência. A Unisc deve ganhar R$ 295.170 e a Feevale, R$ 299.450 nas suas iniciativas.
Agora, as equipes passam para a fase de contratação do projeto, que envolve a análise documental, assinatura de convênios e demais processos dispostos no edital. Os repasses do Governo devem ocorrer somente após este encaminhamento.
Conheça os projetos
Dinopraça: popularização da Ciência Paleontológica no Geoparque Quarta Colônia
O projeto busca expandir o conhecimento paleontológico com a comunidade para além das paredes do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (CAPPA) da Quarta Colônia. O CAPPA é um espaço de pesquisa localizado em São João do Polêsine, que explora principalmente os territórios da região da Quarta Colônia.
Pelo interesse do público no local, a equipe criou uma exposição improvisada que recebe visitação de escolas e pesquisadores. A Dinopraça é uma proposta para transformar a área aberta onde está localizado o CAPPA em parte da experiência de imersão no mundo dos dinossauros.
— Temos um espaço limitado, mas a área externa é bem grande. A ideia é fazer instalações, esculturas, para que torne o lugar mais atrativo para visitantes e a comunidade — explica Flávio Pretto.
A ampliação também vai contribuir para o desenvolvimento da região da Quarta Colônia, recentemente reconhecida como Geoparque – áreas com diversidade geológica e cultural que precisam promover a proteção, a educação e o desenvolvimento sustentável.
SteaMovel: educação prática itinerante em ciência, tecnologia, engenharia, arte e matemática
Consiste em um museu móvel que busca promover temas de ciência, tecnologia, engenharia, arte e matemática. A proposta é que as experiências de aprendizagem imersivas sejam construídas em um container e conte com visitas escolares, potencializando o alcance entre crianças e jovens.
Alguns experimentos já estão em desenvolvimento, como planos inclinados, demonstrações matemáticas e formulações geométricas. Além disso, o local quer disponibilizar oficinas com dispositivos eletrônicos. As interações são inspiradas em grandes museus de ciência e tecnologia, como o da PUCRS, em Porto Alegre.
Praça de Ciência ITECiência UFN
A Praça de Ciência ITECiência da UFN vai ser para que jovens do Ensino Fundamental possam realizar experimentações científicas com professores. O espaço deve ficar localizado dentro do Parque Tecnológico da Universidade Franciscana, um projeto aprovado em 2022 que vai explorar conceitos de física, química e informática na instituição.
— Agora com esta praça voltada para jovens, temos ideia de criar feiras e competições de ciências, para que alunos de toda Região Central possam vivenciar o mundo da ciências ainda na escola — comenta Lissandro D Dalla Nora, diretor de inovação da UFN.
Praça Stem: Science, Technology, Engineering and Mathematics
O projeto Praça Stem busca reestruturar salas da Universidade de Santa Cruz do Sul para atender o ensino fundamental de escolas públicas municipais da cidade. O objetivo é despertar nas crianças o interesse por áreas das ciências exatas, como a matemática, tecnologia, engenharia, por meio de atividades lúdicas e que prendam atenção dos jovens.
— Temos algumas ideias de experimentos que são relacionados com as Smart City. Em especial, no campo das inovações tecnológicas na mobilidade urbana, como por exemplo as tecnologias de modais, as paradas interativas, tags digitais, painéis de informações, entre outras — fala Alessandra Gobbi, responsável pelo projeto.
Praça do Saber: um espaço de interação com ciência e cultura
Este projeto quer criar um espaço no município de Campo Bom para que professores possam promover uma maior interação com a ciência e a cultura para os estudantes da cidade. A ideia inicial é que o espaço promova espaço para diálogos e promova palestras e workshop com os jovens.
— Uma das ideias é levar objetos do Museu Nacional do Calçado, em Novo Hamburgo, para o local, para que as crianças possam viver a experiência — diz Daiana de Leonço Monzon, diretora de Inovação da Universidade Feevale.
*Produção: Paula Appolinario