Um dos eventos astronômicos mais esperados, um eclipse, acontecerá na tarde de 14 de outubro. Será um eclipse solar que é quando a Lua passa entre o Sol e a Terra. O fenômeno poderá ser visto do Brasil, com melhor visualização no nordeste do país. No Rio Grande do Sul, o fenômeno será parcial.
O movimento da Terra ao redor do Sol e da Lua ao redor da Terra não forma um círculo perfeito, mas sim uma órbita elíptica. Eventualmente, acontece esse alinhamento, em que a Lua passa entre o Sol e a Terra. Esse fenômeno pode ser total, quando a Lua cobre totalmente o Sol, anular, quando um anel brilhoso fica ao redor da Lua, ou parcial, quando o astro cobre apenas uma parte do disco solar.
No dia 14 de outubro, o eclipse será anular para o norte da América do Sul e pela América Central. As únicas capitais brasileiras que poderão enxergar o fenômeno dessa forma são Natal, no Rio Grande do Norte, e João Pessoa, na Paraíba. No resto do país, o eclipse solar será parcial.
Segundo o astrônomo fundador do Observatório Astronômico Rei do Universo (Oaru), em Manaus, Geovandro Nobre, Porto Alegre conseguirá ver a cobertura de apenas 17% do Sol. Essa diferença acontece porque o Rio Grande do Sul está geograficamente distante do percurso da sombra da Lua. O evento deverá começar depois das 15h30min, e seguir até as 17h45min. O melhor momento para observar o eclipse solar parcial no Estado deverá ser por volta das 16h45min.
— Não podemos olhar o eclipse sem proteção. É preciso usar óculos especiais, filtro de soldador número 14 ou projeção por espelho ou furo — afirma Nobre. A falta de equipamento correto pode causar danos à retina, o tecido que reveste a parte de trás da superfície interna do olho. Não é recomendado olhar diretamente para o sol e apetrechos como óculos escuros comuns e chapas de raio-X não são adequados.
Evento é difícil de ser visto
A última vez que o Brasil pôde observar um eclipse solar foi em há mais de uma década. Em 2006, dois fenômenos aconteceram: um eclipse solar total, no final de março, visível apenas no Nordeste ao amanhecer, e outro parcial em setembro, que foi visto de diferentes localidades do país. Ainda, em julho de 2010, uma parte do Rio Grande do Sul conseguiu ver um eclipse solar parcial.
— O eclipse não é um evento raro, acontece todos os anos. Mas ele não é visível de todas os pontos do planeta, então é difícil estar em um lugar que permita a observação desse fenômeno. Os horários também sempre são diferentes. Não tem um padrão porque a Lua e o Sol não estão interessados no nosso relógio, é na hora que acontece esse alinhamento — explica o diretor do planetário da Unipampa, Guilherme Frederico Marranghello.
Os dados dos fenômenos passados são de um levantamento mantido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). De acordo com as estimativas, os próximos eclipses visíveis do Brasil deverão acontecer em 2026 e 2027. Outro eclipse solar total, porém, só em 2045.
*Produção: Yasmim Girardi