A Lua cheia e brilhante chamou atenção de quem foi dormir tarde ou acordou antes do nascer do sol nesta segunda-feira (3). A imagem era uma amostra de como o céu estaria à noite por conta da primeira Superlua do ano. O fenômeno, que em agosto pode se repetir duas vezes, será visível também na noite desta terça-feira (4).
O termo Superlua foi usado pela primeira vez em 1979 pelo astrólogo Richard Nolle e refere-se ao momento em que a Lua está cheia, do lado oposto da Terra em relação ao Sol, e dentro de um alto nível de perigeu, ou seja, de proximidade com a Terra. Com isso, ela parece maior e mais brilhante.
— A Lua faz um movimento ao redor da Terra, que não é perfeitamente circular. Isso faz com que ela passe algumas horas mais próximas e outras mais distantes do nosso planeta. A Lua também muda de fases, porque ela vai girando e alternando a porção iluminada — explica Guilherme Frederico Marranghello, diretor do planetário da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
No caso desta semana, não há um consenso sobre o fenômeno. Isso porque o nome não é uma definição astronômica oficial e, com isso, seus critérios de classificação não são consensuais.
O departamento da Nasa que consolida informações sobre a Lua (o Nasa Science Earth's Moon) considerou a lua cheia desta segunda como uma Superlua. Já o Observatório Nacional do Brasil (ON) e o Observatório Real de Greenwich, referências mundiais na astronomia, não aplicaram o mesmo status.
Marranghello explica, no entanto, que esses dois movimentos não são sincronizados. Isso significa que é possível ter uma Lua cheia longe da Terra ou uma Lua minguante próxima, por exemplo. Mas quando acontece de a Lua estar cheia e também próxima da Terra, é considerado uma Superlua.
Para ele, o motivo da confusão é que alguns teóricos usam limites e níveis de proximidade diferentes para decidir quais Luas cheias se qualificam como Superlua.
— É um evento puramente de admiração. Não tem nada de diferente ou relevante, é só para quem gosta de observar — pontua o astrônomo. A vista poderá ser melhor apreciada na noite de terça-feira, se o céu estiver limpo. Outras duas superluas estão previstas para os dias 1º e 30 de agosto.
Conjunção entre astros
Outro evento astronômico marcado para este mês é a conjunção entre quatro astros: Lua, Vênus, Marte e Mercúrio. O evento deve ocorrer na noite de 20 de julho. Para curtir o encontro, é necessário olhar para o céu na direção do pôr-do-sol assim que o Sol ir embora e começar anoitecer.
— Vai estar bem bonito. A Lua, que vai estar crescente, estará bem visível. Do lado, será possível ver Vênus, que estará bem brilhante. Embaixo, estará Mercúrio, não tão visível. E em cima de Vênus e da Lua, será possível ver Marte. Os quatro vão estar formando um losango no céu — descreve Marranghello.
*Produção: Yasmim Girardi