A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) divulgou, na última sexta-feira (30), em seu site oficial e nas redes sociais uma imagem obtida pelo telescópio James Webb que mostra a intensa luminosidade dos anéis de Saturno. O registro, que foi feito em 25 de junho, foi realizada com o auxílio da NIRCam, uma câmera de infravermelho próximo integrada à tecnologia espacial, capaz de enxergar além da capacidade do olho humano.
No comprimento de onda infravermelho registrado, a imagem do planeta aparece mais escura, já que o o gás metano presente ao redor absorve quase toda a luz solar que incide na atmosfera. Além disso, é possível perceber uma diferença de luminosidade nos polos em função das mudanças sazonais. Como o gigante gasoso está experimentando o verão na porção norte, na parte oposta, que é inverno, há menor disponibilidade de luz.
A fotografia também mostra os detalhes dentro dos sistemas de anéis do planeta, cujas luminosidades chamam atenção, e três pontos brilhantes no lado esquerdo do corpo celeste, que são três luas de Saturno: Dione, Enceladus e Tethys.
Essa imagem faz parte do programa Webb Guaranteed Time Observation 1247, que tem como objetivo fazer vários registros de Saturno para testar a capacidade do James Webb em detectar as luas ao redor do planeta e seus anéis brilhantes.
O próximo passo do programa é tentar realizar capturas das luas e anéis de brilho menos intenso, incluindo o fino anel G e o difuso anel E, que orbitam ao redor do corpo celeste.
Todas os registros do planeta que forem obtidos pelos cientistas ajudarão na construção de uma imagem mais completa do atual sistema de Saturno e de como ele era constituído no passado.
O planeta e seus anéis
Saturno está a 1,4 bilhão de quilômetros da Terra e possui cerca de nove vezes o tamanho do nosso planeta. Ele também dispõe de sete conjuntos principais de anéis, que orbitam ao seu redor com velocidades diferentes, e de 145 luas. Os anéis do gigante gasoso são compostos de bilhões de fragmentos de gelo e rochas espaciais, com partículas que variam de tamanho, desde as que são menores que um grão de areia até algumas que são tão grandes quanto casas e montanhas terrestres.
Os cientistas não sabem qual a origem dos anéis, mas a principal hipótese é de que eles sejam resquícios de cometas, asteroides ou de luas que entraram em colisão e se despedaçaram, o que fez com que os fragmentos entrassem na órbita do planeta. No início dos anos de 1600, Galileu Galileu foi um dos primeiros cientistas a identificar Saturno no céu. Na época, ele apontou o telescópio para o céu e pensou ter visto três planetas ou um grande planeta com "orelhas".
Em 1655, o astrônomo holandês Christiaan Huygens conseguiu identificar as estruturas ao redor do planeta, mas declarou que só havia um único anel sólido e plano, o que sabe-se atualmente que não é verdade.
Saturno não é o único planeta do Sistema Solar a ter anéis, Júpiter, Netuno e Urano também têm estruturas do tipo em sua órbita, mas elas são tênues e finas, tornando-se quase invisíveis.