O bilionário Elon Musk ameaçou processar a Meta nesta quinta-feira (6) poucas horas depois de a empresa de tecnologia lançar uma nova rede social, o Threads. Segundo o empresário, o novo aplicativo usa recursos e funcionalidades muito semelhantes às do Twitter.
Em uma carta dirigida ao diretor executivo da Meta, Mark Zuckerberg, publicada nesta quinta-feira (6) pelo site de notícias Semafor, o advogado de Musk, Alex Spiro, acusou a empresa de apropriação ilegal dos segredos comerciais do Twitter e outras propriedades intelectuais.
"O Twitter se reserva todos os direitos, incluindo, mas não se limitando a, o direito de buscar soluções civis e medidas cautelares sem aviso prévio para impedir qualquer retenção, divulgação ou uso de sua propriedade intelectual pela Meta", diz trecho do documento.
Na carta, também há a acusação de que a Meta teria contratado dezenas de ex-funcionários da empresa de Musk que "tinham e ainda têm acesso aos segredos comerciais do Twitter e outras informações altamente confidenciais". Em condição de anonimato, uma fonte da empresa de Zuckerberg afirmou ao Semafor que as acusações são infundadas. “Ninguém na equipe de engenharia de dados do Threads é um antigo empregado do Twitter”, afirmou a pessoa.
O Threads é o maior desafio enfrentado até hoje pelo Twitter, que viu surgir uma série de potenciais concorrentes, embora nenhum com poder suficiente para substituir uma das maiores redes sociais do mundo.
O mais recente movimento de Zuckerberg contra Musk aumentou ainda mais a rivalidade entre os dois bilionários, que chegaram a trocar farpas e indiretas nas redes sociais e até mencionar uma possível luta corpo a corpo dentro de uma jaula para o acerto de contas.
Em seu primeiro tweet em mais de uma década, Zuckerberg publicou um meme do Homem-Aranha apontando para outro Homem-Aranha, em uma aparente referência às semelhanças entre o Threads e o Twitter.
Lançamento do Threads
O Threads foi lançado em cem países às 20h (horário de Brasília) desta quarta-feira (5). O aplicativo está disponível para ser baixado na App Store (para sistema iOS) e na Google Play Store (no caso de androids). Em menos de 24 horas no ar, a plataforma já alcançou 46,5 milhões de usuários.
"Parece o começo de algo especial, mas temos muito trabalho pela frente para construir o aplicativo", escreveu Zuckerberg, fundador do Facebook, em sua conta oficial do Threads.
Na nova rede social, em cada postagem, chamada de thread, o usuário pode optar por publicar textos, com limite até 500 caracteres, fotos ou vídeos de até cinco minutos. Os usuários da plataforma podem também seguir outros perfis e se conectar com eles, além de curtir, comentar, replicar uma thread ou encaminhar para uma pessoa determinado post.
No Threads, também é possível decidir quem pode responder às suas publicações — todos, apenas quem está seguindo ou apenas as contas citadas. Outros recurso de segurança é um filtro que oculta termos específicos em comentários.
Embora tenha semelhanças com o Twitter, o Threads não conta ainda com uma área de trending topics, que mostra os assuntos mais comentados na plataforma. No entanto, conforme anunciou a Meta, esse recurso será disponibilizado futuramente. Além disso, o aplicativo de Zuckerberg não possibilita o envio de mensagens por direct para os contatos, como é possível fazer na rede social de Musk.