O Prêmio Nobel de Física foi atribuído nesta terça-feira (4) ao francês Alain Aspect, ao americano John Clauser e ao austríaco Anton Zeilinger por suas descobertas no campo da mecânica quântica.
O trio foi premiado por seu trabalho pioneiro com "entrelaçamento quântico", um mecanismo no qual duas partículas quânticas estão perfeitamente correlacionadas, independente da distância entre elas, anunciou o júri em um comunicado.
Cada um dos vencedores "realizou experimentos inovadores usando estados quânticos emaranhados, nos quais duas partículas se comportam como uma unidade inclusive quando estão separadas", destacou o Comitê Nobel.
Os resultados dos trabalhos "abriram caminho para novas tecnologias baseadas na informação quântica".
Os três, que dividirão a quantia de 10 milhões de coroas suecas (901,5 mil dólares, ou mais de R$ 4,6 milhões), receberão o prêmio das mãos do rei Carl XVI Gustaf em uma cerimônia em Estocolmo em 10 de dezembro, aniversário da morte em 1896 do cientista Alfred Nobel, que criou a premiação em seu testamento.
No ano passado, a Academia Sueca premiou o japonês-americano Syukuro Manabe e o alemão Klaus Hasselmann por seus trabalhos nos modelos físicos da mudança climática, assim como o italiano Giorgio Parisi por seu trabalho sobre a interação de desordem e flutuações nos sistemas físicos.
Lista dos vencedores do Nobel de Física nos últimos 10 anos:
2022: Alain Aspect (França), John Clauser (Estados Unidos) e Anton Zeilinger (Áustria) por suas descobertas de mecanismos revolucionários no campo da mecânica quântica.
2021: Syukuro Manabe (Japão/Estados Unidos) e Klaus Hasselmann (Alemanha), por seus trabalhos nos modelos físicos da mudança climática; e Giorgio Parisi (Itália), por sua contribuição à denominada teoria dos sistemas complexos.
2020: Roger Penrose (Reino Unido), Reinhard Genzel (Alemanha) e Andrea Ghez (EUA) por suas pesquisas sobre os buracos negros e os segredos de nossa galáxia.
2019: James Peebles (Canadá-Estados Unidos) e Michel Mayor e Didier Queloz (Suíça) por seus trabalhos sobre o cosmos e a primeira descoberta de um exoplaneta.
2018: Arthur Ashkin (Estados Unidos), Gérard Mourou (França) e Donnna Strickland (Canadá) por suas pesquisas no campo do laser que abriram o caminho para a criação de instrumentos de precisão avançada na medicina e na indústria.
2017: Rainer Weiss, Barry Barish e Kip Thorne (Estados Unidos) pela observação das ondas gravitacionais, que confirma uma previsão de Albert Einstein em sua teoria geral da relatividade.
2016: David Thouless, Duncan Haldane e Michael Kosterlitz (Reino Unido) por seus trabalhos sobre os isolantes topológicos, materiais "exóticos" que podem permitir em um futuro mais ou menos próximo criar computadores superpotentes.
2015: Takaaki Kajita (Japão) e Arthur B. McDonald (Canadá), pela descoberta das oscilações dos neutrinos, que demonstram que estas enigmáticas partículas subatômicas têm massa.
2014: Isamu Akasaki e Hiroshi Amano (Japão) e Shuji Nakamura (Estados Unidos), inventores do diodo emissor de luz (LED).
2013: François Englert (Bélgica) e Peter Higgs (Reino Unido), por trabalhos sobre o bóson de Higgs, uma partícula elementar que ajuda a entender a compreender a origem do universo.