Um trio de astrônomos observou recentemente que o 130 Elektra pode ser considerado o primeiro asteroide quádruplo do Sistema Solar. A rocha espacial orbita três luas, outro fato raro e curioso. A descoberta foi publicada na terça-feira (8) na revista Astronomy & Astrophysics.
O asteroide, que já havia sido identificado há algum tempo e está sendo observado, tem aproximadamente 257 quilômetros de diâmetro em seu lado mais longo e completa uma órbita ao redor do Sol a cada cinco anos. Além disso, já haviam sido identificadas duas luas em sua órbita, uma em 2003 e outra em 2014. Até então, os achados não eram nada incomuns, uma vez que há mais de 150 asteroides que têm uma ou duas luas em suas órbitas.
Anthony Berdeu, do Instituto Nacional de Pesquisas Astronômicas da Tailândia, e seus colegas usaram imagens do observatório Very Large Telescope (VLT) no Chile para analisar mais de perto o 130 Elektra. Para garantir uma melhor visualização, eles utilizaram um novo algoritmo que aumenta a quantidade de luz das fotografias e também técnicas de redução de dados que permite maior nitidez. Com isso, conseguiram encontrar evidências de uma lua que estava escondida dentro da órbita das outras duas.
A terceira lua tem um quilômetro e meio de diâmetro e é um pouco menor do que as outras duas, que têm cerca de dois e seis quilômetros de diâmetro respectivamente. Ela gira em torno do Elektra uma vez a cada 16 horas e a uma distância de 354 quilômetros.
— Este é o primeiro asteroide com três luas. Estamos bastante confiantes. É bem emocionante — disse Anthony ao The New York Times.
Outro fato que chamou a atenção dos astronautas é que a órbita da terceira lua está desalinhada com as outras duas, o que é considerado incomum pelos estudiosos. Para Bin Yang, astrônoma do Observatório Europeu do Sul, no Chile, e responsável pela descoberta da segunda lua do Elektra em 2014, este fato novo inspirará novas pesquisas e observações sobre o limite de quantas luas podem orbitar estes corpos celestes e como elas se formam.
A expectativa da comunidade científica é que novos estudos sejam realizados sobre o Elektra e que haja descoberta de outros asteroides quádruplos. No Chile, já está em desenvolvimento o Extremely Large Telescope, que terá maior capacidade de observação para detectar mais facilmente sistemas de asteroide multilua.