Uma estudante da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), foi premiada após descobrir pelo menos 25 asteroides — sendo um deles classificado como importante. A descoberta foi feita pela paulista Verena Paccola, 22 anos, enquanto participava do programa Caça Asteroides, uma parceria entre a Nasa e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
O feito de Verena rendeu a ela uma medalha de honra ao mérito do ministério, além de troféu e certificados. O evento foi realizado em dezembro de 2021, em Brasília, e contou com a participação do criador do programa, Patrick Miller, e do ministro Marcos Pontes.
O desejo de fazer algo diferente da rotina surgiu em 2020, quando ela se preparava para o vestibular, desejando uma vaga no curso de Medicina na USP. Verena percebeu que queria estudar algo além dos conteúdos do Ensino Médio. E, ao ficar sabendo da oportunidade de caçar asteroides, decidiu se inscrever e fazer o treinamento online com a Nasa, para aprender a analisar imagens do universo.
No programa, ela analisava visualmente fotos em busca de pontos em movimento. A jovem conta que passou a receber pacotes de imagens capturadas por um telescópio no Havaí.
— Eu analisava esse pacote de imagens. São quatro imagens piscadas em sequência para mim. Elas são tiradas com diferença de segundos entre cada uma. Então eu via se tinha alguma coisa se movendo — relatou à CNN.
Quando a resposta era positiva, ela fazia uma análise numérica para identificar se havia padrão de asteroide. Seus relatórios eram enviados à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde era feita a confirmação se o que foi encontrado era um asteroide ou outro elemento. Asteroides são corpos rochosos de estrutura metálica que orbitam o Sol.
Dos 25 encontrados, um deles é considerado raro e categorizado como "asteroide fraco". Apesar do nome, isso significa que ele faz parte de um grupo de objetos que se movem mais devagar, mas podem colidir com a Terra.
— Agora, a Nasa está colhendo mais dados e irá analisar a órbita do asteroide para verificar qual é a probabilidade de colisão com a Terra e quando isso ocorreria — contou a estudante ao Jornal da USP.
À CNN, ela destacou que "o espaço é muito gigante para o tamanho da Terra", portanto, a probabilidade de um asteroide colidir com o planeta e causar algum efeito seria muito pequena.
Embora a maior paixão seja pela área da saúde, Verena recorda que, quando pequena, gostava de observar o céu com um telescópio que tinha.
Sobre 2022, ela disse à CNN que se prepara para um treinamento presencial na Nasa e que pretende continuar a caça aos asteroides. A jovem, inclusive, está buscando candidatos interessados em compartilhar a atividade.
— Eu estou recrutando pessoas no meu Instagram para fazer um treinamento em massa de quem tiver interesse e criar equipes para caçarmos asteroides este ano juntos — relatou ao portal.