Com o inicio do leilão do 5G feito pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na quinta-feira (5), o Brasil espera receber a tecnologia em suas capitais até a metade de 2022. Segundo Christian Perrone, especialista do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), a rede móvel pode demorar um tempo para trazer benefícios ao consumidor comum, já a indústria deve sentir o impacto mais cedo.
— Haverá integração entre aparelhos. O 5G abre porta para uma série de outras tecnologias. Tudo isso vai ser impactado de uma maneira muito incrível — disse Perrone ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (5).
A tecnologia trará processamento mais ágil na nuvem, segundo Perrone, fazendo com que o download de arquivos se torne mais rápido. Assistir vídeos e realizar chamadas ocorrerá de forma muito mais fluida graças ao 5G.
Além do implemento da nova rede móvel, o leilão trouxe outra realidade: o 4G em todo o país. Usuários de regiões mais remotas devem receber a tecnologia ao longo dos próximos anos. As empresas vencedoras começarão a trabalhar nesta inclusão já em 2022.
Porém, para ter acesso à nova tecnologia, Perrone lembra que a maioria dos usuários deverá trocar de aparelho, já que apenas os novos celulares — os de topo de linha — são compatíveis com o 5G. Em todo o mundo, há a falta de insumos (os microchips) para a fabricação dos aparelhos, o que encarece ainda mais o preço dos smartphones.
— Por enquanto, o grande beneficiário será a indústria, e nem todas as capitais estarão aptas a receberem o 5G até o próximo ano. É uma tecnologia nova. Acredito que só em 2023 veremos a revolução e o impacto desta grande nova tecnologia — concluiu.