O satélite brasileiro Amazônia-1 será lançado ao espaço pela missão PSLV-C51 da Indian Space Research Organisation (ISRO) em 28 de fevereiro, às 10h24min, no horário local da Índia — 1h54min no Brasil. A data foi definida no final de janeiro, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O equipamento, que é o primeiro de observação da Terra completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil, foi embarcado para o país asiático em 22 de dezembro de 2020.
De acordo com o Inpe, o satélite faz parte da Missão Amazônia, que prevê outros dois equipamentos, o Amazônia-1B e o Amazônia-2. Eles fornecerão dados (imagens) de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento, principalmente na região amazônica, bem como a diversificada agricultura em todo o território nacional. O equipamento conta com uma alta taxa de revisita (capacidade de coleta de imagens para um mesmo local em um curto intervalo de tempo), a fim de atuar em cooperação com os programas ambientais existentes.
Os equipamentos dessa série são formados por dois módulos independentes, sendo um de serviço e outro de carga útil, que abriga câmeras e equipamentos de gravação e transmissão de dados. O Amazônia-1 será o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação, junto ao CBERS-4 e ao CBERS-4A.
Com seis quilômetros de fios, 14 mil conexões elétricas e quatro metros de comprimento, o equipamento é um satélite de órbita Sol síncrona (polar), que irá gerar imagens do planeta a cada cinco dias. Para isso, possui um imageador óptico de visada larga (câmera com três bandas de frequências no espectro visível e uma banda próxima do infravermelho) capaz de observar uma faixa de aproximadamente 850 quilômetros com 64 metros de resolução.
Com a habilidade de disponibilizar uma quantidade significativa de dados de um mesmo ponto do planeta e de fornecer informações de um ponto específico em dois dias, o satélite tem características valiosas para o alerta de desmatamento na Amazônia, pois aumenta a probabilidade de captura de imagens úteis diante da cobertura de nuvens na região.