Pesquisadores do Instituto Norueguês de Pesquisa Marinha detectaram vazamento radioativo em um submarino nuclear russo naufragado há 30 anos. Segundo o órgão, o nível de radiação está 800 mil vezes maior do que o normal, mas ainda não é motivo para alarde.
A embarcação da extinta União Soviética afundou no Mar da Noruega em 1989. Um incêndio a bordo matou 42 marinheiros. A análise da expedição, que foi divulgada nesta semana, identificou césio radioativo vazando de um tubo de ventilação do submarino Komsomolets.
— Tiramos amostras de água de dentro desse duto específico porque os russos já haviam documentado vazamentos no local em 1990 e em 2007 — explica a pesquisadora que liderou a expedição, Hilde Elise Heldal.
O caso já começa a ganhar um apelido nas redes sociais e na imprensa norueguesa: Chernobyl do fundo do mar. Mas a pesquisadora se apressa em explicar que o problema não é alarmante, por enquanto.
— Os níveis que nós detectamos estão, claramente, acima do que é normal nos oceanos. Mas eles não estão perigosamente altos — afirma ela.
Problema no reator causou acidente em 1989
O Komsomolets também está em uma região muito profunda, a 1,6 mil metros de profundidade. Conhecido também como K-278, ele afundou carregando dois torpedos nucleares com ogivas de plutônio.
O achado ocorre uma semana depois que um incêndio atingiu um submarino nuclear russo no Mar de Barents, matando 14 oficiais. Neste caso, os sobreviventes conseguiram levar o submergível de volta para sua base no Ártico. O submarino naufragado em 1989 teve problema no reator antes de afundar. Os 42 marinheiros mortos não resistiram à fumaça tóxica ou congelaram na águas do Ártico.
Noruega e Rússia afirmam estar monitorado a radiação na água regularmente desde o desastre, às vezes em expedições em conjunto. O Komsomolets, inaugurado em 1983, tinha 117 metros de comprimento e podia mergulhar a até 1,2 mil metros de profundidade.