Nasce a partir do estudo GaúchoTech Mining Report a imagem de um Rio Grande do Sul como terreno fértil para a criação de startups, empresas que desenvolvem produtos ou serviços inovadores e com potencial de rápido crescimento. O levantamento foi realizado pelo Distrito, plataforma de inovação para startups, corporações e investidores, com sede em São Paulo. Ao mapear 422 startups no Estado e identificar suas principais características, a pesquisa permitiu montar uma raio x do setor.
As categorias de atuação com maior número de representantes são marketing, tecnologia da informação, saúde, sistema financeiro, varejo, indústria e agropecuária. Porto Alegre concentra 56,8% das startups gaúchas, seguida de São Leopoldo (7,6%), Caxias do Sul (6,3%), Santa Maria (4,1%) e Pelotas (3,9%).
Tiago Ávila, Head de Conteúdo do Dataminer do Distrito, afirma que o Rio Grande do Sul é uma localidade que chama a atenção no panorama de inovação brasileiro.
— Ficamos positivamente surpreendidos. O Estado tem uma quantidade de startups muito relevante. Elas estão em um estágio bem avançado, com uma maturidade legal para resolver problemas — observa Ávila.
De acordo com o GaúchoTech, diversos fatores contribuem para que uma região se destaque, como a existência de centros de tecnologia ligados a universidades — exemplo do Tecnopuc e do Tecnosinos, abrigados, respectivamente, na PUCRS e na Unisinos —, programas governamentais de fomento e aceleradoras (que, além de investimento em dinheiro, promovem o aprimoramento da qualidade).
Entre 2016 e 2018, surgiram 127 novas empresas, o que representa 30% do total de 422. Em média, 3,5 startups foram criadas por mês no período. Segundo o Distrito, a maior parte delas (65,1%) são B2B, nomenclatura que classifica as empresas que fornecem serviços a outras empresas. Já 21% das startups são B2C, com ligação direta ao consumidor final. Quanto ao faturamento, 90% chegam aos R$ 5 milhões anuais, enquanto 7,6% transitam entre R$ 5 milhões e R$ 25 milhões. Em termos de pessoal, a estrutura das startups gaúchas é enxuta: mais da metade (53,2%) conta com equipes formadas por até cinco pessoas.
A composição societária traz números marcantes: 83,4% dos sócios são homens, enquanto a parcela feminina é de apenas 16,6%. Para Ávila, essa discrepância tem sido habitual nos estudos realizados, mas a tendência é de mudança:
— O ambiente empresarial acaba tendo características que inibem a diversidade, mas acho que isso está sendo bem trabalhado. Existem aceleradoras que focam somente em projetos que tenham mulheres como fundadoras. Acredito que, no médio prazo, em cerca de quatro anos, já conseguiremos ver uma reviravolta interessante.
Crescimento por meio de cooperação
Para aumentar o número de startups no Interior, Ávila afirma que é fundamental haver cooperação entre os diversos atores que compõem o setor.
— O número de startups cresce em outros polos quando tem algum player, como uma aceleradora ou uma incubadora, trabalhando forte nas cidades.
Sabemos que empreendedorismo não se faz sozinho, mas, sim, com um time muito bom, em primeiro lugar, e também com apoio, de entidades privadas e também do governo – orienta. O estudo GaúchoTech Mining Report deve estar disponível em breve no site distrito.me.
As top 10
Confira as startups de atuação mais consolidada, que chamam a atenção em quesitos como maturidade, potencial de crescimento, sucesso almejado e atingido.
- Warren
- Accera
- Bling
- Pix Force
- TownSq
- Triider
- uMov.me
- Aegro
- Zenvia
- Rocket.Chat
Principais setores
O GaúchoTech Mining Report mapeou 422 startups. Confira o número de empresas nos principais segmentos.
- AdTech (áreas de marketing, mídia e publicidade) – 57
- TI (tecnologia da informação) – 52
- HealthTech (saúde) – 37
- FinTech (sistema financeiro) – 37
- RetailTech (varejo) – 32
- Indústria 4.0 (indústria) – 26
- AgTech (agropecuária) – 25