Correção: o número de usuários do Facebook é superior a 2 bilhões, e não como o informado entre 15h09min de 9 de maio e 11h11min de 10 de maio. O texto já foi corrigido.
O empresário norte-americano Chris Hughes, um dos cofundadores do Facebook, criticou a rede social e seu presidente, Mark Zuckerberg, em texto escrito para o jornal norte-americano The New York Times e publicado na edição desta quinta-feira (9). No artigo, Hughes trata principalmente do tamanho que a empresa alcançou e diz que "é hora de acabar com o monopólio do Facebook".
Ao longo do extenso texto, Hughes – que não tem mais participação no Facebook ou em qualquer rede social – lista uma série de atitudes tomadas por Zuckerberg que demonstram que o empresário tem "influência impressionante, muito maior do que qualquer pessoa do setor privado ou no governo". Mais do que "controlar três plataformas padrão de comunicação (Facebook, Instagram e Whatsapp), Zuckerberg pode "decidir o que as pessoas veem em suas telas, que configurações de privacidade podem escolher e mesmo que mensagens poderão ser divulgadas". "O poder de Mark não tem precedentes e é anti-americano", destaca o texto de Hughes.
Ele conta ainda que, desde a criação do Facebook, Mark Zuckerberg usou a palavra "dominação" como meta. Agora, como a empresa costuma comprar seus possíveis rivais (casos do Instagram e do Whatsapp), "competidores não conseguem ter chance", o que freou o empreendedorismo em empresas de tecnologia. "Nenhuma grande empresa de mídia social foi criada desde 2011", escreve o empresário.
"O aspecto mais problemático do poder do Facebook é o controle unilateral de Mark sobre a liberdade de expressão. Não há precedentes no que diz respeito à habilidade de monitorar, organizar e mesmo censurar conversas de 2 bilhões de pessoas".
Quanto a isso, o empresário usa como exemplo Mianmar no final de 2017: "Mark tomou individualmente a decisão de deletar mensagens privadas de usuários que estavam encorajando um genocídio lá". Ainda que concorde com a ação em si, Hughes diz que "é muito preocupante que a decisão tenha sido tomada sem prestar contas a nenhuma autoridade independente ou governamental".
Como solução, Hughes diz que o Facebook deveria ser dividido em diversas empresas, em uma ação antitruste e antimonopólio.
Nota oficial do Facebook
“O Facebook entende que com o sucesso vem responsabilidade. Mas você não impõe essa responsabilidade exigindo a cisão de uma empresa americana bem-sucedida. A responsabilidade das empresas de tecnologia só pode ser alcançada por meio da introdução diligente de novas regulações para a internet. Isso é exatamente o que Mark Zuckerberg tem pedido. Aliás, ele está se reunindo com líderes do governo nesta semana para dar continuidade a esse trabalho.” - Nick Clegg, vice-presidente de Global Affairs e Comunicações do Facebook.