Deputados britânicos defenderam o reforço da regulamentação aplicada às redes sociais, em particular ao Facebook, para impedir a divulgação de notícias falsas, em um relatório publicado nesta segunda-feira (18).
— Precisamos de uma modificação radical da relação de forças entre estas plataformas e o público. A era de uma autorregulamentação inadequada deve chegar ao fim — afirmou Damian Collins, presidente da Comissão de Cultura, Digital, Mídia e Esporte na Câmara dos Comuns.
— Os direitos dos cidadãos devem ser estabelecidos legalmente, exigindo a adesão das empresas de tecnologia a um código de conduta inscrito na lei pelo Parlamento e supervisionado por um regulador independente — completou.
A comissão parlamentar interrogou o Facebook por vários meses, no âmbito de uma investigação sobre o fenômeno das "fake news" e seu impacto em votações recentes no Reino Unido, em particular o referendo sobre o Brexit em junho de 2016.
"Empresas como o Facebook não deveriam estar autorizadas a comportar-se como 'gângsteres digitais' no mundo online", afirma o relatório.
Em mais de 100 páginas, o documento também pede ao governo britânico uma "investigação independente" sobre a "influência estrangeira", incluindo a russa, e a desinformação no referendo do Brexit, assim como nas eleições legislativas de 2017 e no referendo sobre a independência da Escócia em 2014.
O Facebook está envolvido em vários escândalos, como as acusações de interferência russa em sua plataforma na eleição presidencial americana de 2016, assim como o fato da empresa Cambridge Analytica ter explorado com fins políticos dados dos usuários da rede social sem que eles tivessem conhecimento.
Em resposta, o Facebook disse que estava satisfeito por ter contribuído com as investigações da comissão. Segundo o The Guardian, Karim Palan, gerente de políticas públicas da empresa no Reino Unido, afirmou que a rede social está aberta a uma regulamentação e que já foram feitos esforços significativos recentemente para evitar a disseminação de notícias falsas.