Corpo robusto, comprido e com alguns indícios de pelos são algumas das características peculiares de uma nova espécie descoberta por uma pesquisadora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no município de Agudo, na Região Central do Rio Grande do Sul. O animal, que recebeu o nome Siriusgnathus niemeyerorum, faz parte do grupo dos cinodontes, linhagem que inclui os ancestrais dos atuais mamíferos, e viveu no período Triássico (cerca de 230 milhões de anos atrás).
— Ele é um animal estranho de explicar. Não é um réptil, mas o padrão do corpo está mais próximo deles. Tinha características parecidas com os mamíferos, possivelmente algum tipo de pelagem. Ele é de um período de transição entre répteis e mamíferos — diz a paleontóloga Ane Elise Branco Pavanatto, líder do estudo.
Conforme a pesquisadora, o animal tinha mais de um metro de comprimento e seu crânio media cerca de 22 centímetros. Sua alimentação era baseada em plantas e outros animais.
Cheio de referências, o nome da espécie foi inspirado no personagem Sirius Black, da saga Harry Potter, que se transforma em um cão preto. Outra relação para o batizado da espécie foi a estrela Sirius, da constelação Canis Major — em alusão ao nome do grupo, cinodonte, que significa "dentes de cão". Já o "niemeyerorum" é uma homenagem à família proprietária das terras onde a descoberta foi feita, a Niemeyer.