Google, Facebook e outras empresas de tecnologia se uniram a organizações de imprensa nesta quinta-feira (16), numa iniciativa destinada a identificar novas fontes "confiáveis", no mais recente esforço para combater a desinformação digital.
Microsoft e Twitter também concordaram em participar do "Trust Project", com cerca de 75 organizações de mídia para validar reportagens que atendem a padrões de ética e transparência.
— No mundo digital e de redes sociais atual, é mais difícil do que nunca dizer o que são matérias precisas, publicidade ou mesmo informações falsas — disse a líder do projeto, Sally Lehrma, do Markkula Center para Ética Aplicada da Universidade Santa Clara.
— Um público cada vez mais cético quer saber a experiência, a empresa e a ética que estão por trás de uma notícia.
Cada plataforma online vai desenvolver "indicadores de confiança" para ajudar os leitores a "acessar se as notícias vêm de uma fonte confiável na qual podem se apoiar", acrescentou Lehrman.
As empresas de mídia participantes incluem o Washington Post, Mic e o Independent Journal Review, dos Estados Unidos, a The Economist e o Trinity Mirror, que inclui os jornais Mirror na Grã-Bretanha.
Participantes concordaram que práticas fundamentais incluem a transparência sobre o financiamento e a explicação da missão da organização, detalhes sobre os jornalistas por trás das matérias, indicação de artigos opinativos e factuais e referências sobre como a matéria foi realizada.
— Consumidores de notícias precisam de um meio para dizer às empresas de mídia o que esperamos deles, os tipos de notícias com as quais podemos contar e pelas quais vamos pagar — disse Craig Newmark, fundador do Craigslist, cujo fundo filantrópico foi um apoiador pioneiro da iniciativa.
Também financiaram a Google, a John S. and James L. Knight Foundation, o Democracy Fund e a Markkula Foundation.
Disseminação de notícias falsas
Google, Twitter e Facebook foram muito criticados por ter permitido a disseminação de notícias falsas - algumas delas direcionadas da Rússia - antes das eleições americanas de 2016 e em outros países.
O vice-presidente para Notícias da Google, Richard Gingras, disse que critérios ainda não determinados vão ajudar a empresa a "entender melhor o jornalismo autoritário e nos ajudar a posicioná-lo melhor para os consumidores".
Alex Hardiman, diretor de produtos de imprensa no Facebook, disse que a iniciativa é um "ótimo próximo passo nos nossos esforços contínuos sobretudo para melhorar o entendimento das pessoas sobre as fontes e a confiança em notícias na nossa plataforma".
Greg Sterling, editor do blog Search Engine Land, disse que a iniciativa é boa, mas pode ser "complexa demais para alcançar seu objetivo final".