Ter o celular furtado ou mesmo necessitar de um aparelho com mais possibilidades para lazer ou trabalho pode gerar um problema de orçamento para muitas pessoas. A indústria dos smartphones está aquecida e o mercado lança novos modelos em tempo recorde, fazendo crescer o desejo dos apaixonados por tecnologia em adquirir as novidades. Só em 2023, no Brasil, as vendas de smartphones alcançaram R$ 67 milhões, de acordo com a consultoria IDC.
Para conseguir o celular dos sonhos sem gastar muito, uma parcela dos consumidores opta por investir em modelos usados. No Brasil, uma pesquisa realizada em 2022 apontava que 9% das vendas de smartphones eram de aparelhos seminovos. A prática é bem mais comum em países como o Reino Unido, local onde nasceu a Doji, startup especializada em conectar compradores e vendedores de smartphones usados, cujo cofundador e CEO é o brasileiro Fernando Montera Filho. Além de receber os aparelhos, a empresa verifica e despacha, oferecendo uma garantia de seis meses pela aquisição, ou venda.
– O mercado de usados no Reino Unido está mais maduro que o brasileiro. Lá, a questão da sustentabilidade é um fator decisivo para optar por um aparelho usado. Aqui no Brasil, as pessoas buscam aparelhos usados em casos de emergência, como no caso de roubo – explica Montera.
Apesar de ser uma prática que alinha economia e preservação do meio ambiente, comprar um smarthphone usado ainda pode ser visto com desconfiança por muitos usuários. Os riscos existem, mas o CEO da Doji acredita que buscar uma empresa séria é um primeiro passo importante, assim como acontece com outros itens seminovos que são comercializados no mercado brasileiro.
– Cada vez mais percebemos, inclusive nas classes mais altas, uma percepção que a cada novo lançamento de celular as melhorias são marginais em relação a versão anterior. Se você tiver um respaldo de uma empresa séria que te dá garantia contra qualquer tipo de irregularidade, o cliente fica muito mais confortável. A ideia é que aconteça com o mercado de smartphones algo semelhante ao mercado de carros, onde os modelos usados vendem bem e possuem garantias – avalia o CEO.
Para quem quer investir em um smartphone usado, selecionamos 6 dicas para o consumidor ficar alerta. Confira:
1 - Procedência
Um dos maiores riscos envolvidos em comprar um smartphone usado é não saber de onde vem o aparelho que você está comprando. Dessa forma, se não tiver certeza de que a procedência é legal e legítima, evite a compra. Segundo Montera, o comprador que negligencia a procedência do aparelho usado pode adquirir um aparelho fruto de furto, roubo, contrabando, extravio ou qualquer outra atividade ilegal.
Isso pode fazer com que o aparelho esteja bloqueado permanentemente e o usuário não consiga utilizá-lo. É possível checar o número IMEI do aparelho. Isso porque aparelhos perdidos ou roubados normalmente têm o seu IMEI marcado em uma lista que os identifica. Você pode acessar a lista para checar o IMEI de um aparelho aqui. Na Doji, a checagem do IMEI é realizada em todos os aparelhos comercializados, garantindo a procedência.
2 - Falsificações
Caso a oferta seja boa demais, desconfie. Não é incomum, principalmente em locais de comércio informal, encontrar pessoas vendendo aparelhos falsificados. Conforme o CEO da Doji, muitas vezes as réplicas são convincentes, podendo enganar o usuário à primeira vista.
Para verificar se o modelo que você está comprando é genuíno, procure pelo número de série e outras especificações de hardware no menu ‘Configurações’ do telefone. Compare o número de série com o da etiqueta do telefone ou da bateria na parte de trás. Você também pode usar as especificações de hardware para ver se elas correspondem às especificações do fabricante para esse modelo.
3 - Vulnerabilidade de segurança
Smartphones antigos e que rodam versões desatualizadas do sistema operacional, seja ele Android ou iOS, podem não contemplar atualizações de segurança feitas pelas fabricantes. Montera explica que, embora o hardware em si ainda esteja plenamente funcional, a falta de suporte ao sistema operacional pode significar que seu aparelho está menos seguro.
Isso porque algumas dessas atualizações são críticas para manter os dados protegidos. Geralmente, os fabricantes não fornecem um aviso claro informando quando eles deixam de dar suporte para um modelo. Cabe ao consumidor descobrir a novidade, muitas vezes da forma mais desagradável, tendo que lidar com bugsou problemas de segurança.
Uma boa dica para saber se o aparelho que você está de olho ainda pode ser confiado é se ele foi lançado há menos de três anos. Isso varia de empresa para empresa, no entanto, o Google, dono do Android, exige que os fabricantes forneçam pelo menos dois anos de atualizações para os dispositivos que operam com o sistema operacional. Já a Apple oferece uma cobertura mais abrangente, atualizando o software para aparelhos que foram lançados há quase sete anos.
4 - Aparelhos hackeados
Outro risco de comprar um smartphone usado é que ele pode ter sido hackeado para permitir que as informações, arquivos e dados pessoais do próximo dono sejam acessíveis. Isso normalmente acontece através de softwares instalados no aparelho. Garanta que o aparelho tenha sido redefinido para as configurações de fábrica, e que todos os resquícios do usuário anterior tenham sido removidos. Isso vai reduzir drasticamente o risco de cair em um golpe desse tipo. De acordo com Montera, na Doji, os aparelhos são verificados por meio de softwares que eliminam o risco de comprometimento.
5 - Estética e funcionalidade
Uma das grandes dificuldades ao comprar um smartphone usado é saber exatamente qual o estado do aparelho. Isso porque as fotos que acompanham os anúncios muitas vezes não têm a melhor resolução, não mostram todos os detalhes ou escondem os defeitos de forma proposital.
E se já é difícil confiar no aspecto exterior, um teste superficial do aparelho pode não identificar algum componente interno defeituoso. Por isso pode ser perigoso comprar um smartphone usado com uma pessoa desconhecida, que não pode oferecer nenhuma garantia. Por mais que você teste o aparelho antes de concretizar a compra, ainda existe a chance de algum detalhe passar despercebido.
6 - Garantia
Aparelhos usados vendidos através de indivíduos ou do comércio informal não possuem garantia, política de devoluções, ou qualquer proteção ao consumidor. Na Doji, todos os aparelhos vendidos recebem um selo de 12 meses de garantia, conforme destaca o CEO da empresa.