
O júri de quatro acusados de tentar assassinar a cabeleireira Návia Regina Christan, em Tramandaí, no Litoral Norte, em 2017, começa na manhã desta quinta-feira (27). Entre os réus estão a irmã e o cunhado da vítima, apontados como mandantes do crime. No ano seguinte, a mulher foi assassinada e os familiares respondem também neste outro processo.
A partir das 9h, o júri vai ouvir testemunhas e as defesas dos acusados. Na sequência, acontecerá o interrogatório dos réus e os debates sobre o caso, que podem chegar a nove horas de duração. A previsão é de que o julgamento dure dois dias.
A vítima, uma mulher de 46 anos, era proprietária de um salão de beleza localizado na Rua João Pessoa, no centro de Tramandaí, e conhecida como "Maninha".
Na tentativa de homicídio que está sendo julgada, um homem teria invadido a residência da vítima e efetuado três disparos contra ela em 26 de novembro de 2017. Os tiros falharam, mas um quarto disparo teria atingido o rosto de Návia. Apesar de ter sido socorrida, os ferimentos causaram perda de visão e de audição na vítima.
Denúncia do MP
Conforme a denúncia feita pelo Ministério Público, a irmã de Návia — que também era dona do negócio — e o cunhado são os mandantes do crime. Eles teriam arquitetado a morte da vítima, pois acreditavam que ela queria prejudicá-los financeiramente.
O casal teria contatado uma manicure e oferecido dinheiro para que a mulher intermediasse a contratação de um executor, o que foi consolidado.
Irmã e cunhado da vítima respondem por tentativa de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa.
Já a intermediadora e o atirador respondem por tentativa de homicídio duplamente qualificado, mediante pagamento ou promessa de recompensa e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Assassinato
No ano seguinte à tentativa de assassinato, Maninha foi morta com três tiros dentro do salão de beleza. O caso aconteceu em 5 de novembro de 2018.
Pelo assassinato consumado, a irmã e o cunhado respondem em outro processo criminal e deverão ser julgados em outro júri, ainda sem data definida. Dois homens acusados de executar o crime já foram julgados e condenados em 2022.