
A defesa do suspeito de ter matado Vitória Regina de Souza, Maicol Sales dos Santos, que confessou ter agido sozinho, informou que irá pedir a anulação da confissão, pois acredita que ele possa ter sido coagido. O crime aconteceu em Cajamar, em São Paulo.
A defesa de Maicol argumenta que a confissão foi forçada e que ele não tinha advogado presente no depoimento. Em vídeos que foram divulgados pelo Fantástico, na TV Globo, no domingo (23), não há indícios visíveis de coação.
Inconsistências
O depoimento, porém, apresenta inconsistências com o que foi revelado pela perícia.
A perícia aponta que Vitória foi vista pela última vez descendo de um ponto de ônibus próximo a sua casa, no dia 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho.
Após periciar o celular de Maicol, a polícia descobriu que ele acompanhava os passos da adolescente desde 2024.
De acordo com o relatório da perícia, o suspeito teria visto a postagem de Vitória no ponto de ônibus às 0h06min do dia 27 de fevereiro, cerca de 20 minutos antes de a jovem descer do coletivo no bairro onde morava.
Em seu depoimento, Maicol admitiu ter oferecido carona para a adolescente, que, segundo ele, teria entrado no carro por conta própria.
O suspeito contou ainda que os dois haviam ficado juntos uma vez e que Vitória ameaçava contar à esposa dele sobre o relacionamento. De acordo com o suspeito, eles discutiram e ela acabou o agredindo. Em resposta, ele desferiu os golpes de faca que a mataram.
Segundo Maicol, apenas dois golpes foram desferidos contra a vítima, mas a perícia constatou três ferimentos.
No carro de Maicol, a perícia encontrou apenas um fio de cabelo e uma possível mancha de sangue no porta-malas. A explicação, segundo ele, é de que ele teria limpado a área onde a jovem foi morta e jogado a arma do crime em um rio.
O corpo da jovem foi encontrado em um terreno baldio no dia 5 de março. Maicol chegou a dizer que enterrou a vítima, mas ela estava sobre o solo e em um local diferente do que ele indicou.
A família de vitória pede para a polícia que o caso seja reconstituído e não acreditam que Maicon tenha agido sozinho.
— Quero saber de todos que estavam junto com ele. Todos. Eu falo todos porque eu tenho a certeza... que não é mais um, deve ser mais dois ou mais três... que estejam envolvidos nessa tramolha toda — disse o pai da adolescente em entrevista ao Fantástico.