Com a prisão de uma mulher supeita de ter envenando a farinha utilizada no bolo que levou à morte três pessoas da mesma família na antevéspera de Natal, em Torres, no Litoral Norte, mais uma peça foi acrescentada ao caso.
Não mencionada até então, a suspeita detida de forma temporária é Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli Teresinha Silva dos Anjos, que preparou a sobremesa consumida durante uma confraternização familiar e que matou duas irmãs e a sobrinha de Zeli, além de hospitalizar a própria Zeli e uma criança de 10 anos, filho e neto de duas das vítimas.
Seis pessoas da família de Zeli passaram mal e precisaram procurar atendimento médico em 23 de dezembro, após consumir o bolo, que continha arsênio, conforme análise da perícia do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Morreram duas irmãs de Zeli, Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, 59, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos, filha de Neuza. O marido de Neuza também estava na festa natalina, mas não comeu o bolo.
Zeli, responsável por fazer o bolo, ficou hospitalizada mas recebeu alta na manhã desta sexta-feira (10). Um menino de 10 anos, neto de Neuza e filho de Tatiana, também ficou hospitalizado, mas já está em casa. Uma sexta vítima, um homem da família, foi liberado após atendimento médico.
A nora, que teria colocado arsênio na farinha, não estava na confraternização em que a sobremesa foi consumida, nem o marido dela, filho de Zeli. Ele não é investigado mas, segundo a polícia, será chamado para depor mais uma vez nos próximos dias, como testemunha.
O marido de Zeli morreu em setembro de 2024, e a causa da morte foi apontada como intoxicação alimentar. O corpo foi exumado na quarta-feira (8) e, nesta sexta (10), a perícia constatou que ele também ingeriu arsênico antes de morrer.
A Polícia Civil afirma que vê "fortes indícios" de que a suspeita do envenenamento tenha praticado outros crimes semelhantes.