Os cinco policiais militares que trabalhavam como seguranças do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, executado na sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foram afastados de suas atividades operacionais. As informações são da CNN Brasil.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), os agentes que faziam a escolta de Gritzbach, jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) por ser delator de uma das maiores investigações sobre lavagem de dinheiro da facção, tiveram os celulares apreendidos após depoimento à Polícia Civil e à Corregedoria da Polícia Militar.
Conforme apuração da CNN, quatro dos policiais militares que faziam a segurança de Gritzbach deveriam buscá-lo no aeroporto, mas o carro em que estavam teria supostamente quebrado no meio do caminho.
No momento, a polícia segue com as investigações sob hipótese de uma possível queima de arquivo, já que o empresário tinha inimigos, e as desavenças podem ter motivado o crime.
O caso
Morto com 27 tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na sexta-feira (8), Antonio Vinicius Lopes Gritzbach era delator de megainvestigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país.
Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator. Além de Gritzbach, dois motoristas de aplicativo e uma passageira foram baleados. A informação até a noite de sexta-feira era de que o quadro de saúde das vítimas era estável.
Gritzbach era corretor de imóveis e negociava criptomoedas quando começou a colaborar com integrantes do PCC ao investir dinheiro de criminosos. Acabou se tornando pivô de uma guerra interna da facção, iniciada em 2021, ao ser acusado de encomendar a morte de Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, um dos principais traficantes do PCC, e do segurança Antônio Corona Neto, o Sem Sangue.
Para a polícia, Gritzbach havia sido responsável por um desfalque em Cara Preta de R$ 100 milhões em criptomoedas e, quando se viu cobrado pelo traficante, decidira matá-lo.
O empresário havia sido alvo de um atentado na véspera do Natal de 2023, quando um tiro de fuzil foi disparado contra a janela do apartamento onde morava, no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Na época, o empresário já negociava acordo de delação.