O Ministério Público (MP) anunciou que vai recorrer pelo aumento da pena imposta a um militar da reserva condenado pela morte de um servidor municipal dentro do prédio da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Desporto de Jaguari, na Região Central. Leones Dalosto, 60, foi condenado a 19 anos e três meses de prisão, em júri realizado na quarta-feira (27). Ele respondeu pelo assassinato de Gustavo Medeiros, 28, que era assessor da secretaria. O crime ocorreu em abril de 2022.
Medeiros estava trabalhando quando foi atingido por três tiros pelas costas. O MP anunciou que irá recorrer, pedindo um aumento da pena, pois “as consequências do crime extrapolam o normal.”
Para justificar o recurso, a Promotoria cita a gravidade do caso e acrescenta que testemunhas relataram, durante o processo, a dificuldade de voltar a trabalhar no local, bem como o pavor gerado em todos os servidores após o episódio.
Venda de imóvel seria estopim
Além de servidor público, Medeiros era corretor de imóveis, assim como o réu. A denúncia oferecida à Justiça detalhou que Dalosto estaria insatisfeito com a venda de um imóvel realizada pela imobiliária onde a vítima trabalhava, que era sua concorrente.
Dalosto teria ingressado no prédio da secretaria e atirado cinco vezes contra Gustavo, que estava de costas. Por esse motivo o crime foi considerado qualificado por recurso que dificultou a defesa da vítima, além do motivo fútil.
O promotor de Justiça que atuou em plenário, Eduardo Fagundes, também irá pedir a expulsão do réu dos quadros do Exército brasileiro.
— (Foi) um julgamento histórico em Jaguari, em que a comunidade aplicou a justiça e condenou o réu por um ato criminoso e covarde, ao desferir tiros pelas costas dentro do local de trabalho da vítima — disse o promotor, que, apesar disso, entente que a sentença deveria ser maior.
Dalosto segue detido em um presídio militar.
Contraponto
A reportagem tentou contato com a defesa do réu, mas não obteve sucesso. O espaço segue aberto para manifestações.
* Produção: Camila Mendes