Uma investigação interna do Samu de Porto Alegre apontou que um medicamento foi furtado durante o plantão do médico André Lorscheitter Baptista, 48 anos, suspeito de matar a esposa, Patrícia Rosa dos Santos, 41 anos, em Canoas. Foi dada baixa em um frasco de Midazolam, um dos medicamentos que teriam sido injetados na vítima.
Conforme nota enviada pela Secretaria Municipal da Saúde da Capital, o furto ocorreu às 7h do dia 21, na véspera da morte de Patrícia. Neste horário, Lorscheitter estaria fazendo a troca do plantão.
Ainda conforme a pasta, as informações foram repassadas para a Polícia Civil. A nota aponta ainda que: "o Samu da Capital mantém um controle rigoroso de estoque, o que possibilita a detecção de irregularidades, incluindo furtos".
O delegado Arthur Reguse, responsável pela investigação, afirmou que irá pedir mais detalhes do fato. Durante entrevista coletiva na última quarta-feira (30) ele havia dito que iria apurar uma possível falha logística que possa ter permitido o uso pessoal dos medicamentos.
André Lorscheitter trabalhava para uma empresa terceirizada que prestava serviços ao Samu da Capital e de Canoas. Zero Hora questionou a secretaria de Saúde do município para saber se houve ato semelhante e aguarda retorno.
Relembre o caso
Patrícia Rosa dos Santos morreu no dia 22 de outubro. A polícia investiga o caso como assassinato e tem André Lorscheitter Baptista como principal suspeito. O homem, que está preso, é médico e atuava no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
André teria colocado remédio em sorvete para fazer a vítima dormir, administrou medicação para que a esposa não sentisse dor e injetou relaxante muscular para matá-la, de acordo com a investigação.
Em coletiva de imprensa, Reguse disse que Lorscheitter teria utilizado o medicamento Zolpidem, um indutor de sono, para fazer a vítima dormir. Na sequência teria aplicado dois remédios injetáveis: Midazolam e Succitrat, que teriam provocado uma parada cardiorrespiratória na vítima. Patrícia foi encontrada morta no apartamento dela, no bairro Igara, em Canoas.
Contraponto
O advogado de André Lorscheitter Baptista afirma desconhecer essa informação. Anteriormente Segundo Luiz Felipe Magalhães, havia emitido uma nota:
Em atenção à imprensa e à sociedade, e considerando a veiculação de notícias imprecisas e especulações sobre a morte de Patrícia Rosa dos Santos, Andre Lorscheitter Baptista, por meio de sua defesa técnica, representada pelo advogado Luiz Felipe Mallmann de Magalhães, declara ser absolutamente inocente de todas as graves imputações que estão sendo feitas. Além disso, assegura que o que ocorreu com Patrícia Rosa dos Santos foi uma tragédia, mas jamais um crime de homicídio.
Percebe-se que houve precipitação nas declarações veiculadas pelos órgãos competentes, visto que os fatos relacionados à morte da senhora Patrícia Rosa dos Santos ainda não foram devidamente esclarecidos. Qualquer especulação que presuma a culpabilidade do investigado, sem as provas necessárias, viola o princípio constitucional da presunção de inocência, além de acarretar sérios prejuízos à imagem do investigado e de sua família, que jamais poderão ser revertidos.
Esses são os esclarecimentos que a defesa técnica de Andre Lorscheitter Baptista considera necessários no momento.