O último registro conhecido da advogada e estudante de Ppsicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy foi na manhã de 29 de fevereiro deste ano. Ela saía a pé do seu carro, estacionado em um shopping de Petrópolis, no Rio de Janeiro, conforme imagens de câmera. Depois disso, desapareceu. Quase sete meses depois, o corpo dela foi encontrado concretado em um muro na última quarta-feira (25).
Os restos mortais de Anic estavam no muro do quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, que trabalhava para a família da vítima e confessou à polícia ter cometido o crime. A investigação é da 105ª Delegacia de Polícia (DP) de Petrópolis.
O próprio Lourival indicou à polícia onde estava o corpo da mulher. Em entrevista à TV Record, a advogada dele, Flávia Froes, afirmou que a morte de Anic foi planejada pelo seu cliente e pelo marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy. O motivo do crime seria uma questão familiar, disse a advogada.
A defesa de Benjamin nega que ele tenha participado do crime e classificou a confissão de Lourival como "ato de desespero e crueldade".
Quem era Anic?
Anic tinha 54 anos, era advogada, estudante de Psicologia e casada com Benjamin Cordeiro Herdy, 78 anos, herdeiro de uma família que foi proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal vivia em Petrópolis, na Região Serrana.
Qual a relação de Lourival?
Lourival era amigo da família há pelo menos três anos, chegou a acompanhar o casal em viagens e tinha acesso à rotina da casa onde viviam Anic e Benjamin.
Quando e como ela desapareceu?
A advogada foi vista pela última vez em 29 de fevereiro saindo de um shopping de Petrópolis. Câmeras de vigilância do estabelecimento mostraram que ela parou o carro no estacionamento, trocou mensagens por celular e, minutos depois, saiu do centro comercial, atravessando uma rua. Depois, nunca mais foi vista.
O marido recebeu uma mensagem de um suposto sequestrador. O texto dizia que a polícia não poderia ser avisada e dizia que Anic estava com o criminoso.
Os supostos sequestradores pediram R$ 4,6 milhões como resgate e Benjamin transferiu o montante aos criminosos. Sem o retorno de Anic, o caso foi informado à polícia 14 dias depois, por uma filha, e passou a ser investigado. Um áudio de conversa de telefone entre Benjamin e Lourival foi gravado pela filha.
De acordo com a defesa do Lourival, o sequestro era uma forma de encobrir o homicídio. A exclusão do crime de sequestro diminuiria a pena a ser paga.
Quem são os suspeitos?
Quatro suspeitos foram presos pelo suposto sequestro e desaparecimento de Anic. Um deles é Lourival, que seria um homem de confiança da família e mandante do crime. Ele se apresentava como policial federal, mas, segundo as investigações, nunca integrou os quadros da corporação.
Além de Lourival, um casal de filhos seus e uma mulher que teria um relação com ele foram presos.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou denúncia contra eles. Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos e cruzaram dados de localização do dia do sequestro e do pagamento dos resgates, o que indicou possível envolvimento dos filhos e da mulher.
Como foi encontrado o corpo de Anic?
Os restos mortais de Anic foram encontrados na quarta-feira (25) concretados em um muro do quintal da casa de Lourival, em Petrópolis, conforme indicou o réu à polícia em depoimento dado esta semana.
O corpo foi identificado como dela por meio de exame odontológico, feito por peritos do Instituto Médico-Legal do Rio. As causas do óbito ainda não foram confirmadas.