Um casal que residia em Porto Alegre foi alvo de um golpe inusitado durante uma mudança. O homem contratado para fazer o frete para Santa Maria, no centro do Estado teria “desaparecido” e, com ele, toda a mobília. Depois se descobriu que o estelionatário havia contratado outro motorista, que não sabia do golpe e que também se tornou vítima.
Thamires Messerchimidt, 27 anos, relata que no dia 5 de setembro ela e o companheiro Geovani Jacobsen, 20, que moravam na Capital, mudaram-se para Santa Maria, pois ele havia sido aprovado para estudar em uma universidade da cidade.
Após Thamires fazer uma postagem procurando um freteiro, um homem entrou em contato se oferecendo para o serviço. Ele disse que estava indo para a mesma região com outra mudança. Por conta disso, cobraria valor abaixo da média: um pix de R$ 850 quando saísse da Capital e mais R$ 550 quando chegasse.
O casal contratou o serviço mas, no meio da viagem, o homem parou de receber as mensagens dos clientes. A conta dele na rede social foi apagada.
– Foi quando eu me dei conta e pensei: caí em um golpe e perdi todas as minhas coisas. Fiquei em choque, sem saber o que fazer – conta Thamires.
Depois de passar uma noite dormindo em um cobertor no chão, o casal fez um boletim de ocorrência. Porém, sem a placa do caminhão, localizá-lo não seria fácil.
Enquanto isso, Thamires e Geovani estavam apenas com o que levaram de carro: o gato de estimação, uma caixa de areia, um pacote de ração e um kit de chimarrão.
Reviravolta
Devido à falta de itens essenciais, Thamires fez uma postagem pedindo ajuda de amigos, para que conseguissem se estabelecer na nova casa. E o post deu um resultado inesperado.
Os dois estavam convencidos de que não encontrariam mais as coisas que faziam parte de seu lar, quando um outro homem chegou no condomínio do casal e revelou estar com os pertences.
No início, Thamires e Geovani suspeitaram da notícia, mas a explicação do homem os convenceu: ele disse ter sido contratado pelo mesmo homem que faria a mudança de Thamires, para levar o mobiliário – mas para um outro endereço, de um posto de combustíveis.
Acrescentou que também havia sido vítima do golpista, que teria dado um “calote” nele – ou seja, não teria pago pelo frete nem dado mais retorno.
A suspeita de Thamires é de que o golpista não queria a carga, apenas o dinheiro do frete. Para tanto, “terceirizou” o serviço, contratando um motorista que não fazia ideia do golpe e depois, o deixando também sem respostas.
Desfecho
Por fim, o freteiro honesto entregou a mudança, que permanecia dentro do seu caminhão, e o casal o pagou pelo serviço. Além do prejuízo e do estresse, o casal leva uma lição da experiência.
– Sempre ver se o prestador de serviços tem CNPJ, fazer as coisas com contrato, nada mais por boca e não pagar com antecedência. O barato sai caro – diz Thamires.
Dicas da polícia
O titular da 3ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, sediada em Santa Maria, delegado Sandro Meinerz, também dá dicas para evitar cair em golpes parecidos:
- Contratar alguém com referência ou uma empresa conceituada.
- Desconfiar de ofertas com preços muito abaixo do mercado.
- Evitar contratar serviços ofertados apenas pelas redes sociais.
* Produção: Camila Mendes