Assassinada pelo ex-companheiro na quarta-feira (21) em Encruzilhada do Sul, Paola Dornelles da Silveira, de 24 anos, havia registrado uma ocorrência contra o homem no dia 15 de agosto, por perseguição. Após a denúncia, Túlio Alves Silveira, 28, foi preso em flagrante por este crime, mas solto horas depois em audiência de custódia, que não decretou a prisão preventiva.
No momento do assassinato, Paola já estava com uma medida protetiva de urgência em vigor, o que ainda não existia quando houve a prisão em flagrante. Fontes consultadas por Zero Hora apontam que, se houvesse descumprimento da medida protetiva, Silveira provavelmente seria detido preventivamente. Zero Hora não obteve acesso à decisão judicial que determinou a soltura do ex-companheiro, mas apurou que o fato dele não possuir antecedentes, nem informações sobre possuir acesso a arma de fogo pesaram na decisão.
Conforme a investigação, o casal estava junto há cerca de 12 anos, mas estava em processo de separação. Eles deixam dois filhos, de seis e 10 anos de idade, que moravam com a mãe e agora estão com os avós maternos. Até então, não havia registros de violência doméstica.
Paola foi atingida por dois disparos na frente de casa por Túlio, que depois cometeu suicídio. O ato foi presenciado por um dos filhos do casal. A Polícia Civil apura como ele teve acesso à arma.
A mulher era servidora da secretaria de saúde do município. Após o crime, a prefeitura decretou luto, liberou os funcionários da secretaria para comparecerem aos atos fúnebres e publicou nota dizendo que dá “apoio e forças à família, para enfrentar essa dor”. O sepultamento ocorreu nesta manhã de quinta-feira (22). A família preferiu não falar sobre o assunto.
Nota da prefeitura de Encruzilhada do Sul
"Um dia cinzento para todos nós.
De uma maneira muito estúpida perdemos uma colega e uma grande amiga. Neste momento, o que podemos é dar apoio e forças à família, para enfrentar essa dor. Nosso extremo pesar e sentimento a todos os familiares e amigos."
Como pedir ajuda
Brigada Militar – 190
- Se a violência estiver acontecendo, a vítima ou qualquer outra pessoa deve ligar imediatamente para o 190. O atendimento é 24 horas em todo o Estado.
Polícia Civil
- Se a violência já aconteceu, a vítima deverá ir, preferencialmente à Delegacia da Mulher, onde houver, ou a qualquer Delegacia de Polícia para fazer o boletim de ocorrência e solicitar as medidas protetivas.
- Em Porto Alegre, a Delegacia da Mulher na Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia, no bairro Azenha. Os telefones são (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências).
- As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há DPs especializadas no Estado. Confira a lista neste link.
Delegacia Online
- É possível registrar o fato pela Delegacia Online, sem ter que ir até a delegacia, o que também facilita a solicitação de medidas protetivas de urgência.
Central de Atendimento à Mulher 24 Horas – Disque 180
- Recebe denúncias ou relatos de violência contra a mulher, reclamações sobre os serviços de rede, orienta sobre direitos e acerca dos locais onde a vítima pode receber atendimento. A denúncia será investigada e a vítima receberá atendimento necessário, inclusive medidas protetivas, se for o caso. A denúncia pode ser anônima. A Central funciona diariamente, 24 horas, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil.
Defensoria Pública – Disque 0800-644-5556
- Para orientação quanto aos seus direitos e deveres, a vítima poderá procurar a Defensoria Pública, na sua cidade ou, se for o caso, consultar advogado(a).
Centros de Referência de Atendimento à Mulher
- Espaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência.
Procure ajuda
Caso você esteja enfrentando alguma situação de sofrimento intenso ou pensando em cometer suicídio, pode buscar ajuda para superar este momento de dor. Lembre-se de que o desamparo e a desesperança são condições que podem ser modificadas e que outras pessoas já enfrentaram circunstâncias semelhantes.
Se não estiver confortável em falar sobre o que sente com alguém de seu círculo próximo, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O CVV (cvv.org.br) conta com mais de 4 mil voluntários e atende mais de 3 milhões de pessoas anualmente. O serviço funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados), pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil (confira os endereços neste link).
Você também pode buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no telefone 192, ou em um dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado. A lista com os endereços dos CAPS do Rio Grande do Sul está neste link.