Três dos seis suspeitos pelo crime de extorsão mediante sequestro de um empresário de 60 anos, em São Leopoldo, no Vale do Sinos, já estão presos. São eles: Thais Francine Puziski Ferreira, Eder Barbosa Ferreira Júnior e Vanderlei Luciano Machado.
Na segunda-feira (19), de acordo com a Polícia Civil, o carro da vítima foi parado por três pessoas. Duas delas, que estavam armadas com um fuzil e uma pistola, retiraram o empresário de dentro do carro e o forçaram a entrar em um automóvel Chevrolet Cobalt.
Os criminosos usavam uniformes falsos da Polícia Civil e tinham giroflex (sirene) acoplada no carro. Na sequência, os bandidos anunciaram o sequestro e pediram resgate de R$ 22 milhões.
O carro usado pelos criminosos foi abandonado dias depois do sequestro em Alvorada, na Região Metropolitana, e resgatado durante ação da Brigada Militar (BM). A partir disso, teve início a investigação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
As investigações levaram à identificação de possíveis veículos envolvidos no caso e localidades suspeitas. Na quinta-feira (22), em atuação conjunta da BM e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) os agentes do Deic prenderam Thais Francine Puziski Ferreira, 20 anos, enquanto dirigia um dos veículos que estariam envolvidos no crime. Ela foi presa em flagrante por extorsão mediante sequestro e teve sua prisão homologada e convertida em preventiva.
No dia seguinte, sexta-feira (23), a polícia localizou na BR-116 um automóvel Kia Cerato, que também estaria envolvido no crime. O condutor tentou fugir dos agentes, mas foi abordado na rodovia. Em seu interior estavam Eder Barbosa Ferreira Júnior e Vanderlei Luciano Machado, que foram presos em flagrante.
Segundo a polícia, Machado usava nome falso. Ele, que estava foragido desde julho após romper a tornozeleira eletrônica, seria conhecido por ter ligação com a facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital). Com a dupla, foram apreendidas drogas e duas armas.
Dando sequência às investigações, os policiais conseguiram confirmar que a casa onde o empresário estava mantido refém ficava na região central de Taquari. Por volta de 15h30min de sexta-feira, uma operação da Polícia Civil localizou o cativeiro e efetuou o resgate.
Conforme relato do homem, ele teria ficado no porão da casa, com os pés acorrentados, as mãos atadas por lacres, os olhos e a boca tapadas por uma fita. Tampões foram usados para que ele não pudesse escutar ruídos externos, e uma caixa de som teria sido usada para desorientá-lo. A vítima se encontrava em condições de higiene precárias quando foi resgatada. O nome do empresário não foi divulgado.
A Polícia Civil ainda busca por outros três suspeitos pelo crime. Um deles é o proprietário da casa usada como cativeiro, que não se encontrava no local no momento do resgate.
Contraponto
A advogada Juliana de Paula, que representa Vanderlei Luciano Machado e Maicon Becker (proprietário da casa), se manifestou por meio de nota. Confira:
"Em relação ao caso recentemente repercutido no Estado, ocorrido em Taquari, venho a público, enquanto defesa, manifestar que todas as questões relacionadas aos fatos estão sendo tratadas com a máxima seriedade e comprometimento.
Destaco a importância de que todos os envolvidos - clientes, familiares e demais partes - sejam tratados com respeito e dignidade.
Reforço que a exposição midiática pode causar distorções dos fatos e prejudicar a integridade das partes envolvidas.
Solicito a compreensão de todos, principalmente da imprensa para que sejam resguardados os princípios da presunção de inocência e o respeito à privacidade, pilares fundamentais para uma sociedade democrática.
Não façam julgamentos precipitados!
Atenciosamente,
Juliana de Paula
OABRS 96519"