A Polícia Civil investiga como homicídio a morte de Vladimir Abreu de Oliveira, 41 anos. O corpo dele foi encontrado no bairro Ponta Grossa, no extremo sul de Porto Alegre, no dia 19 de maio. Segundo testemunhas, o morador do condomínio Princesa Isabel, no bairro Azenha, foi visto pela última vez quando foi abordado no local por policiais militares e colocado dentro de uma viatura.
Conforme o delegado Mário Souza, diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, a Polícia Civil aguarda os resultados de laudos periciais para concluir as investigações. Os detalhes da apuração não podem ser divulgados porque a investigação corre em sigilo.
— Foi um homicídio ocorrido em um contexto de crime grave. Fizemos perícias, fomos ao condomínio, interrogamos suspeitos. Esperamos nos próximos dias concluir diligências de sistemas para descobrir quem executou o crime — afirma Souza.
A investigação é conduzida pelo delegado André Luiz Freitas, titular da 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Porto Alegre. Inicialmente, o caso foi investigado pela Delegacia de Polícia de Investigação de Pessoas Desaparecidas (DPID), pois a família registrou um boletim de ocorrência ainda na madrugada de sábado (18), logo após o sumiço de Vladimir.
— A polícia falou com familiares, pesquisou arquivos, investigou as rotinas do desaparecido. Algumas situações chamaram a atenção dos investigadores, mas um dia depois apareceu um corpo na Zona Sul — explica o delegado Mário Souza.
Morte gerou protesto
No início da noite de domingo (19), dois ônibus foram incendiados na esquina entre as avenidas João Pessoa e Princesa Isabel, no bairro Azenha, em Porto Alegre. Os veículos foram queimados por moradores do condomínio Princesa Isabel em protesto pela morte de Vladimir.
De acordo com o boletim do desaparecimento registrado na data, antes da localização do corpo, Vladimir foi abordado por policiais militares em frente ao condomínio, na noite de sexta-feira (17), e colocado em uma viatura da Brigada Militar. Esta foi a última vez que ele foi visto com vida.
Um dos ônibus incendiados estava cedido pela empresa VTC, do consórcio Viva Sul, para fazer o transporte de desabrigados e desalojados. Ele também era usado para levar doações às vítimas das enchentes.
Na manhã desta segunda-feira, uma operação da Polícia Civil que envolveu 130 agentes prendeu quatro suspeitos pela queima dos veículos. Os homens presos têm 30, 26, 21 e 20 anos. Um quinto homem, que seria irmão de um dos presos e estaria foragido, também está sendo investigado.
BM faz investigação paralela
Além da investigação da Polícia Civil, a Corregedoria Geral da Brigada Militar também abriu um procedimento para apurar a suposta abordagem a Vladimir. Segundo a BM, o Inquérito Policial Militar permanecerá sigiloso até que esteja completamente apurado.