A Polícia Civil prendeu, na manhã desta segunda-feira (3), quatro suspeitos de incendiar dois ônibus no bairro Azenha, em Porto Alegre, no dia 19 de maio. As prisões ocorreram no condomínio Princesa Isabel, onde residiam os suspeitos.
Intitulada Operação Burning, a ofensiva envolveu 130 policiais, incluindo agentes de Santa Catarina e Minas Gerais. Os homens presos têm 30, 26, 21 e 20 anos. Segundo a Polícia Civil, todos têm antecedentes criminais. Um quinto homem, que seria irmão de um dos presos e estaria foragido, também está sendo investigado.
As informações foram divulgadas em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, no Palácio da Polícia. Segundo o diretor da Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre, delegado Cléber dos Santos Lima, os presos confessaram ser os responsáveis por comprar o combustível usado para a queima dos ônibus.
— Estes quatro são aqueles que fomentaram o incêndio. Eles que foram ao posto de gasolina comprar o combustível, caminharam cem metros e atacaram o primeiro ônibus, depois o segundo. Essa foi a dinâmica da ação — diz o delegado.
Segundo o delegado Ajaribe Rocha Pinto, titular da 10ª DP da Capital, a polícia pediu a prisão preventiva dos suspeitos, mas a Justiça concedeu a prisão temporária, que foi efetivada nesta manhã. Entre os antecedentes dos suspeitos estão ocorrências relacionadas a tráfico de drogas, porte de arma de fogo, ameaça e desobediência. De acordo com a polícia, não foi identificada ligação entre os suspeitos e o crime organizado.
O subchefe de polícia, delegado Heraldo Chaves Guerreiro, diz que a ação demonstra uma resposta firme da Polícia Civil e da Secretaria da Segurança Pública ao ataque contra os ônibus.
— A polícia não tolerará este tipo de crime. Este tipo de afronta à sociedade. Não há justificativa para um fato tão grave que é a queima de ônibus, colocando a vida de pessoas em risco — disse Guerreiro.
Morte de morador motivou queima de ônibus
Os dois ônibus foram incendiados em uma manifestação na noite de 19 de maio na esquina entre as avenidas João Pessoa e Princesa Isabel, no bairro Azenha, em Porto Alegre. Uma viatura da Brigada Militar foi recebida a pedradas ao chegar no local.
O motivo do protesto foi a morte de Vladimir Abreu de Oliveira, de 41 anos. Ele desapareceu no dia 17 de maio e teve o corpo localizado no bairro Ponta Grossa naquele domingo, dia 19.
Conforme o boletim do desaparecimento registrado na data, antes da localização do corpo, Vladimir foi abordado por policiais militares em frente ao condomínio Princesa Isabel na noite de sexta e colocado em uma viatura da Brigada Militar. Esta foi a última vez que ele foi visto com vida.
Segundo a família, a causa da morte não foi informada a eles na ocasião. A delegada Adriana Regina da Costa, diretora do Departamento De Polícia Metropolitana (DPM) pontua que o desaparecimento e morte de Vladimir são apurados em outra investigação conduzida pela Divisão de Homicídios da Capital e pela Corregedoria da Brigada Militar.