A morte de uma menina de cinco anos após um atropelamento em Xangri-lá é investigada como homicídio culposo (quando não há intenção de matar) na direção de veículo automotor. O caso aconteceu dentro do condomínio Las Dunas, no bairro Remanso, por volta das 11h30min de domingo (31), e comoveu o município do Litoral Norte. A criança andava de bicicleta, acompanhada por um tio, quando foi atingida por um carro. Conforme a motorista do veículo, uma mulher de 61 anos, a vítima teria surgido de forma repentina na pista.
Após o fato, uma investigação foi aberta para apurar possíveis responsabilidades. Até o começo da tarde desta segunda-feira (1º), a condutora do veículo e a pessoa que estava no banco de carona já haviam sido ouvidas pela equipe da Polícia Civil de Xangri-lá.
— A motorista disse que estava rodando a 10 km/h e que não viu a criança sair de trás de um carro estacionado. Os trabalhos seguem com mais depoimentos a serem tomados, principalmente o do familiar que estava pedalando com a vítima no momento do fato. Mas, nesse momento, temos de respeitar a dor dos familiares — explicou o delegado Roland Short a frente da investigação.
Ainda conforme o relato da condutora, ela trafegava em velocidade reduzida devido "à curva e aos obstáculos que limitam a velocidade" dentro do condomínio, segundo a polícia. A criança teria saído de trás de veículos estacionados e colidido imediatamente com o carro. A mulher disse que freou imediatamente, mas que a criança já havia sido atingida e caído no chão.
A mulher concordou em realizar o teste do bafômetro, que apresentou resultado negativo. Ela não tem antecedentes e foi encaminhada para a delegacia para registro da ocorrência.
Imagens de câmeras já foram obtidas
O policial afirma que as equipes já obtiveram imagens de câmeras internas do condomínio, que "são fundamentais para análise dos fatos". O material será enviado também ao Instituto-Geral de Perícias (IGP), para avaliação de peritos.
O veículo da condutora, um Volkswagen Taos, também passará por perícia.
— O automóvel também será periciado, apesar de o local do fato ter sido desfeito dentro do condomínio, e de o carro ter saído do perímetro, já que a condutora foi ao hospital, também periciado.
Segundo a ocorrência, após o atropelamento, a motorista desceu do veículo e se ofereceu para levar a menina para atendimento médico. No entanto, o tio teria dito que ele mesmo conduziria a pequena. Pouco depois, a condutora se deslocou até o pronto atendimento, mas familiares da menina teriam pedido que ela se retirasse do local, "devido ao grande abalo emocional", diz o boletim policial. A mulher então retornou à sua residência para aguardar o contato de autoridades.
Após o fato, apesar da cena ter sido mexida, foi feita uma perícia inicial, com isolamento do local.
Enfermeira ligou para a polícia
O caso chegou ao conhecimento das autoridades depois que uma enfermeira, que atua no pronto atendimento da região, ligou para a polícia. Ela acionou equipes do 2° Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (2°BPAT), informando sobre o atropelamento de uma criança, que veio a óbito.
Ao chegarem à unidade de saúde, equipes ouviram o tio da menina, que contou sobre o atropelamento. Ele relatou que estava andando de bicicleta com a sobrinha quando ouviu o barulho de uma colisão. Ao olhar para o local, viu um veículo parado e a menina caída no chão. Ele e a criança estariam a alguns metros de distância, em razão de uma curva que faziam, dentro do condomínio.