O Ministério Público (MP) vai pedir a pena máxima para os crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e ocultação da cadáver para as duas acusadas de matar o menino Miguel, de sete anos, em Imbé. A mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, e a madrasta, Bruna Nathiele Porto da Rosa, estão sendo julgadas no Fórum de Tramandaí.
— Pelas peculiaridades do caso, pela crueldade nunca vista antes. Esse caso difere de casos como o do menino Bernardo, o do menino Rafael, que foram outros casos famosos, pelo requinte de crueldade. Após três meses de tortura, acabaram matando o menino de forma extramamente diferenciada, com emprego de violência, medicação, tortura psicológica, manutenção da criança no armário, privada de qualquer contato social. Isso traz para o caso peculiaridades que nunca foram vistas contra crianças aqui no Rio Grande do Sul — sustentou a promotora Karine Teixeira.
Segundo o Ministério Público, não é possível estimar a pena, pois a dosimetria será calculada pelo juiz em caso de condenação pelos jurados. No entanto, garantem busca a "maior pena possível".
Também há uma promessa dos promotores de revelerem novas provas em plenário, que foram extraídas dos celulares e de conversas entre as duas acusadas.
— Hoje, iremos apresentá-las para os jurados para que tenham tranquilidade de condená-las, para que sejam responsabilizadas pelo crime — disse o promotor André Tarouco.
Sobre a motivação para o crime, Tarouco afirma que o menino era considerado um problema para o relacionamento das duas:
— Nessas conversas entre elas, demonstram exatamente que, para o relacionamento, ele era um empecilho. Em algum momento, decidiram que a vida familiar delas não se encaixava mais e resolveram matá-lo.
Bruna e Yasmin chegaram ao fórum por volta das 8h20min em uma viatura da Susepe. A madrasta vestia uma camiseta azul, calção branco e chinelos. Yasmin desceu de cabeça baixa, vestindo camiseta e calça.