Imagens de câmeras obtidas pela Polícia Civil durante a investigação do assassinato de um motorista de aplicativo em São Leopoldo, no Vale do Sinos, mostram criminosos perseguindo a vítima em alta velocidade pelas ruas do bairro Arroio da Manteiga. A facção apontada como responsável pela execução é alvo da Operação Xeque-Mate do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta segunda-feira (18).
Num dos vídeos, o veículo do motorista aparece andando em alta velocidade, enquanto é perseguido por outro carro. Segundo a polícia, os bandidos que seriam vinculados ao tráfico de drogas em São Leopoldo efetuaram diversos disparos contra o carro da vítima. Logo depois, foram até o automóvel e executaram o condutor com um tiro na cabeça. O crime aconteceu na noite de 24 de abril do ano passado.
A investigação conseguiu ainda outras imagens, que registraram o momento em que, logo após a execução do motorista, homens armados ingressam num comércio do mesmo bairro. Conforme a polícia, eles obrigaram o condutor de outro veículo a transportá-los para que eles escapassem dali.
O caso foi investigado pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de São Leopoldo, e culminou na operação desta segunda-feira.
Os policiais cumprem nesta manhã 142 ordens judiciais contra a facção que teria sido responsável pelo crime. Entre os alvos, estão mandantes e executores do assassinato do motorista. São cumpridos 37 mandados de prisão e um de apreensão de adolescente infrator.
— Todos os investigados integram a facção criminosa, tendo envolvimento com o tráfico de drogas, em escala hierarquizada, a depender do grau de confiança dentro da organização criminosa — explica a Mariana Lamar Pires Studart, titular da DHPP de São Leopoldo.
A ofensiva
A ofensiva envolve cerca de 500 policiais civis, e é realizada em nove municípios do Estado: São Leopoldo, Porto Alegre, Gravataí, Portão, Montenegro, Charqueadas, Osório, Arroio dos Ratos e Sinimbu. A ação conta com apoio aéreo da Polícia Civil, além da equipe da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Brigada Militar e da Polícia Penal – esta última no cumprimento de mandados e buscas nas unidades prisionais onde estão encarcerados envolvidos com o grupo criminoso.