
As duas mulheres que teriam arquitetado um falso sequestro em Gravataí passam por audiência de custódia no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp) na manhã desta quinta-feira (7). Elas foram presas na quarta-feira (6) após a polícia descobrir o falso cativeiro no bairro Morada do Vale I.
Conforme a ocorrência, por voltas 15h, o marido recebeu uma mensagem do telefone da esposa, de 25 anos, dizendo que ela havia sido sequestrada por agiotas que cobravam uma dívida. Foram enviadas diversas ameaças e uma foto da suposta vítima com as mãos amarradas.
A mensagem dizia que um resgate, de R$ 10 mil, deveria ser pago até o final do dia ou ela seria morta. O homem, então, procurou a polícia, que começou a investigar o caso. A Brigada Militar e a Polícia Civil, com o Departamento Estadual de Investigações Criminais e agentes da 2ª Delegacia de Gravataí, rastrearam o telefone da mulher, que estaria em uma casa no bairro Morada do Vale I.
Por volta das 18h, a polícia entrou no local e encontrou apenas uma mulher, de 35 anos. Ela disse ser amiga da suposta vítima e confessou a armação. A esposa foi presa em uma rua próxima da residência. Ela também admitiu que se tratava de um falso sequestro e disse que usaria o dinheiro para pagar dívidas com agiotas. A polícia investiga se esses débitos realmente existe.

A delegada Jeiselaure Rocha de Souza pediu a prisão preventiva das duas mulheres. Elas foram encaminhadas ao Nugesp, em Porto Alegre. A audiência de custódia vai determinar se seguirão presas ou responderão em liberdade.
— Tratamos desde o início como um sequestro real. A ocorrência deixou toda uma família apavorada e mobilizou uma grande contingente das forças de segurança — diz a delegada.
O casal tem uma filha. O marido relatou que desde janeiro já havia feito vários Pix para diferentes contas, sob alegação de que a esposa estava devendo e sendo ameaçada. Ele disse que o total chegou a quase R$ 7mil.