A família de Gabriel Oliveira Netto, 28 anos, que morreu na queda de um elevador de carga no edifício Abraham Lincoln, em Capão da Canoa, no Litoral Norte, no dia 8 de janeiro, alega que a empresa PV Incorporadora, responsável pelo prédio, ainda não prestou auxílio após o ocorrido. O operário, natural de Cruz Alta, no noroeste gaúcho, deixou uma filha de cinco meses.
Segundo o advogado dos familiares, Eduardo Barbosa, houve uma conversa com representantes jurídicos da empresa para tratar de medidas que auxiliem a família. Nesse encontro, foi estabelecido entre as partes um acordo para que uma resposta seja dada até quinta-feira (18). Até o momento, de acordo com Barbosa, a PV Incorporadora arcou com custos do funeral de Gabriel, algo previsto em lei. Caso não haja retorno, a defesa diz que irá ingressar com uma ação de indenização junto à empresa na próxima semana.
GZH procurou a PV Incorporadora, que ainda não se manifestou. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o trabalhador não possuía treinamento e capacitação para operar o elevador de carga. O órgão acompanha as investigações sobre o caso. A vítima estava trabalhando no prédio no momento do ocorrido.
Segundo o auditor-fiscal do trabalho Lúcio Debarba, a principal hipótese para a queda do elevador de carga é uma ruptura na estrutura de ancoragem, que fixa e mantém conectado o equipamento ao prédio em obras. De acordo com Debarba, sinais de oxidação e soldas no equipamento corroboram a possibilidade. O material é analisado pelo Departamento de Engenharia do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
A Polícia Civil apura as circunstâncias. O caso é tratado inicialmente como acidente de trabalho.