Em depoimento à Polícia Civil, uma residente da clínica geriátrica clandestina fechada na segunda-feira (2) em Taquara, no Vale do Paranhana, afirmou ter sido vítima de abuso sexual.
— Fui violentada desde 15 de outubro do ano passado retrasado — declarou.
Ela era uma das 10 moradoras da casa de geriatria que foi fechada após uma denúncia anônima de maus-tratos. O local não possuía autorização para funcionar e os idosos (seis mulheres e quatro homens) estavam subnutridos e desidratados.
De acordo com o relato de uma mulher, que se apresentou como funcionária da clínica, os internos dividiam os dormitórios com porcos e galinhas. O esterco ficaria espalhado pelo chão, segundo o relato, e os residentes não usavam fraldas, vagando sujos pela casa, descalços e sem banho. Alimentos e medicações também eram escassos, segundo a profissional, que diz que vivia trancada na casa.
Os idosos foram removidos de ambulância e passaram por avaliação médica. A maioria foi hospitalizada até ter a saúde restabelecida.
Ninguém foi preso no local. Segundo o delegado de Taquara, Valeriano Garcia Neto, o responsável não estava e não se apresentou à polícia. Mas, de acordo com o delegado, já foi identificado.
Polícia faz escavações em busca de corpos
A Polícia Civil realiza, nesta quarta-feira (4), escavações no terreno da clínica geriátrica clandestina. Com auxílio do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Obras do município, é investigada a possibilidade de que corpos tenham sido enterrados no local.
As buscas ocorrem após uma testemunha relatar à polícia que ao menos cinco mortes de internos teriam acontecido no local no período de um ano. A mesma testemunha diz ter visto um dos proprietários da clínica removendo corpos de idosos da instituição.