Conhecido como "Maníaco do Parque das Nações Indígenas" e "Maníaco do Parque de MS", José Carlos de Santana é acusado de voltar a cometer estupros dois anos após ter obtido liberdade em progressão de pena. Ele foi preso na segunda-feira (2) no município de Terenos, a 28 quilômetros de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, durante a operação Incubus, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam).
O abusador foi ouvido pelos investigadores na terça-feira (3), em uma delegacia, e assumiu a autoria dos crimes. As informações são do Estadão e do g1.
— (O criminoso) se reconheceu como sendo ele em todos os vídeos — informou a delegada da Mulher, Analu Ferraz.
Além disso, cinco vítimas já foram identificadas e reconheceram Santana como autor dos crimes. Segundo a delegada, é possível que mais vítimas apareçam com a divulgação da prisão. Os estupros até agora identificados ocorreram em julho, agosto e setembro.
Ele foi identificado após um estupro cometido em 22 de setembro. O crime ocorreu em uma avenida movimentada de Campo Grande. Na mesma região aconteceram também outros dois estupros — um consumado e outro tentado, porque a vítima conseguiu fugir.
Segundo a polícia, o criminoso não fazia questão de esconder sua identidade na hora dos ataques. Ele usava as mesmas roupas durante os crimes. A delegada disse ainda que ele não monitorava as mulheres e escolhia as vítimas de forma "aleatória".
— Ele sempre agia nos primeiros horários do dia, momentos em que muitos estão saindo ou voltando do trabalho — acrescentou.
Preso em 2007 em operação da Interpol
José Carlos de Santana foi preso em 2007, durante uma operação conjunta da Interpol e da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ficou preso durante 14 anos e foi condenado pelo estrupo de dez mulheres, cometidos no Parque das Nações Indígenas, no bairro Chácara Cachoeira, Campo Grande.
Ele ficou 10 anos no regime fechado, passou por um período no semiaberto e estava no aberto. Ele estava casado desde 2021, quando ganhou liberdade, e tem uma filha. Segundo a polícia, ele trabalhava em um aplicativo de carros e em um lava-jato, onde foi encontrado o carro usado nos crimes sexuais.
Santana era procurado pela polícia espanhola por ser acusado de estuprar duas meninas. Em razão disso, a Interpol entrou no caso. Depois que o criminoso foi identificado, fugiu para o Brasil, onde foi morar em Campo Grande. Na capital, cometeu mais dez estupros, foi preso e condenado.