No dia 8 de julho deste ano, dois criminosos roubaram uma joalheria, no Shopping Bourbon Wallig, bairro Cristo Redentor, na zona norte da Capital. No mês seguinte — dia 5 de agosto — uma joalheria no Shopping Total, no bairro Floresta, também na zona norte da cidade foi alvo de ataque.
Após ocorrências registradas, a Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) passou a apurar os casos e, com a análise das imagens de câmeras de segurança, identificou dois de três envolvidos nos crimes. Um deles participou dos dois roubos: um homem com vários antecedentes criminais, inclusive, com uma condenação por extorsão mediante sequestro.
A partir daí, o delegado João Paulo de Abreu, responsável pelo inquérito, solicitou à Justiça mandados de prisão e buscas. As ordens judiciais foram cumpridas nesta sexta-feira (1°) por 30 agentes na "Operação Aurum". O suspeito de ter participado nos dois roubos investigados foi preso preventivamente nesta sexta-feira no bairro Rubem Berta. Outro suspeito segue foragido. A polícia ainda cumpre cinco mandados de busca, todos na zona norte da Capital.
Abreu diz que este suspeito foi, inclusive, condenado por extorsão mediante sequestro em 2014. A vítima era um gerente da Caixa Econômica Federal. Sobre este fato, ele foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão. No entanto, o delegado diz que, até a presente data, não houve início de execução da pena.
— As investigações continuam para identificar o terceiro envolvido, verificar se há mais pessoas e se este grupo participou de outros roubos semelhantes — detalha Abreu.
Os nomes dos investigados não foram divulgados. Mas GZH apurou que o homem apontado por envolvimento nos dois roubos — vestindo casaco escuro no primeiro assalto e moletom branco no segundo - é Yuri Schneider de Oliveira, 32 anos.
O outro homem que aparece nas imagens do roubo em agosto vestindo casaco azul é Matheus William Silveira da Fontoura, 24 anos. Ele também tem passagens pela polícia. A reportagem acionou o Deic para tentar localizara a defesa dos dois para contrapontos. No entanto, Yuri disse à polícia que não tem advogado.
Roubos
Nos dois casos, os homens entraram armados nos shoppings, mas com elas escondidas em mochilas ou entre as roupas. Com movimentação normal nos estabelecimentos comerciais, os investigados entravam nas lojas como se fossem clientes, anunciavam os assaltos de forma discreta e pediam para que atendentes agissem da forma mais natural possível.
Enquanto realizavam os roubos, conforme as imagens, eles mesmos retiravam joias e relógios de alto valor das prateleiras. Mas, em alguns momentos, as câmeras flagraram eles exigindo que as vítimas pegassem alguns materiais expostos ou guardados em salas secundárias sem acesso a clientes. Tudo era colocado dentro de mochilas.
O primeiro ocorreu por volta das 12h no Shopping Bourbon Wallig e o segundo, quase um mês depois, aconteceu às 11h40min do dia 8 de agosto no Shopping Total.
Nos dois casos, eles entraram em veículos e fugiram dos locais. No roubo de agosto, um dos seguranças chegou a ser rendido e o carro utilizado pelos assaltantes foi identificado, sendo localizado na Travessa do Carmo, bairro Floresta. O valor dos produtos levados não foi informado. No crime ocorrido em julho, o automóvel usado pelos criminosos também foi encontrado e, na ocasião, a Brigada Militar informou que foram roubadas 20 peças no valor de R$ 170 mil.
Este tipo de crime aumentou 140% em cinco anos no Rio Grande do Sul, com 12 registros no primeiro semestre deste ano.