A Polícia Civil prendeu mais duas mulheres suspeitas de explorar sexualmente os próprios filhos, em um esquema que seria coordenado por um empresário de Imbé, que é acusado de aliciar mães e avós de crianças. As prisões aconteceram em Dois Irmãos e Igrejinha e só foram divulgadas nesta quarta-feira (16) pelo Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis.
A prisão ocorrida em Dois Irmãos, no Vale do Sinos, foi cumprida no dia 8 de agosto. A mulher é acusada de explorar o filho, de seis anos. Na última segunda-feira (14), foi presa uma outra mãe em Igrejinha, no Vale do Paranhana. Ambas tiveram seus celulares apreendidos, que serão periciados em busca de mais provas e informações.
No caso de Igrejinha foi constatado que os filhos estavam bem, sob cuidados dos avós. Mais detalhes sobre as famílias e a respeito das acusadas não foram divulgados para evitar a identificação indireta das vítimas.
Desde a primeira ação, em abril deste ano, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão. Oito investigados são réus pelos crimes, incluindo o empresário Jelson Silva da Rosa, 41 anos, apontado como o mentor do esquema.
Segundo a investigação, ele seria o responsável por aliciar mães para que permitissem, em troca de dinheiro e presentes, atos sexuais contra crianças e adolescentes. A delegada Camila Defaveri conta que algumas negociações ocorriam em um chat, pelo qual seriam repassadas orientações quanto às roupas que as meninas deveriam usar, além da promessa de presentes, como brinquedos e perfumes.
No mesmo dia da prisão de Jelson, foi detida uma mãe por explorar das três filhas com oito, 10 e 12 anos.
Na segunda etapa, já em maio, foram efetuadas prisões em Alvorada e Cachoeirinha: uma estudante de Medicina Veterinária foi detida por suspeita de explorar a filha de seis anos, enquanto uma técnica em enfermagem foi apontada por incluir no esquema duas bebês, de um e dois anos.
No mesmo mês, foi presa uma mulher, de 25 anos, no bairro Santana, em Porto Alegre, por explorar a filha de três anos. Na quarta fase da operação não houve presos, mas a Polícia Civil cumpriu mandados de busca em endereços do principal investigado.
Contraponto
Desde o início da investigação, o advogado Marcos Vinícius Barrios, que representa Jelson, afirma que seu cliente nega a autoria dos fatos apontados pela polícia. Procurado por GZH nesta quarta (16), ele disse que devido ao sigilo só vai se manifestar nos autos.